Microfones, viagens e repórteres: Mariana Becker explica o impacto da Covid-19 na Fórmula 1

Categoria teve vários GPs cancelados desde 2020, mas mudanças também alteraram protocolo da cobertura das corridas

Emanuel Colombari e Rodrigo Lima

Categoria teve vários GPs cancelados desde 2020, mas mudanças também alteraram protocolo da cobertura das corridas Reprodução
Categoria teve vários GPs cancelados desde 2020, mas mudanças também alteraram protocolo da cobertura das corridas
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A Fórmula 1 já estava chegando a Melbourne para o Grande Prêmio da Austrália de 2020, em março, quando a etapa foi cancelada. Era o começo do impacto da pandemia da Covid-19, cujo impacto a categoria sente até hoje.

No fim, a F1 só foi retomada na temporada passada em julho, com uma “rodada dupla”: o GP da Áustria e o GP da Estíria, ambos no Red Bull Ring. Foram 17 corridas no ano, com etapas incomuns – como Estíria, GP dos 70 anos da F1, Toscana, Eifel e Sakhir. Muitas outras ficaram de fora: Austrália, Vietnam, China, Holanda, Mônaco, Azerbaijão, Canadá, França, Singapura, Japão, Estados Unidos, México e Brasil.

Em 2021, com o avanço mundial da vacinação, a situação nos paddocks ao redor do mundo começou a se normalizar. Mas pode ter certeza de que, para quem cobre, as mudanças ainda podem ser sentidas.

“Para a gente se locomover pelo mundo, não tem mais tanto voo. Um voo direto, uma chegada que você consegue sair do seu ponto de partida e chegar diretamente do outro lado e conseguir organizar seu dia para poder fazer sua cobertura, ficou muito mais complicado. Agora a gente tem que fazer muito mais conexões, porque tem menos aviões voando, menos aeroportos funcionando. Tudo isso impacta no tempo deles, da Fórmula 1, e no tempo da gente como jornalista para cobrir”, contou Mariana Becker, repórter da Band, em entrevista ao Portal da Band.

A avaliação é semelhante à de Sérgio Maurício. Narrador da Fórmula 1 no Grupo Bandeirantes de Comunicação, o locutor esportivo vê “um impacto mundial” da pandemia em diversas área, mas comemorou a resposta mundial para o combate à doença.

Fotos: Pilotos chegam a Interlagos para o GP de São Paulo

“Essa pandemia causou um impacto mundial. Causou um impacto no esporte, na economia, nas relações sociais, no modus vivendi, podemos dizer assim - e a Fórmula 1 não escaparia disso. Mas eu acho que o mais legal é ver como o ser humano tem a capacidade de dar a volta por cima”, descreveu.

“A gente sofreu muito na temporada passada, em 2020, com os autódromos vazios, com um vai-e-vem de corridas que poderiam acontecer e não aconteceram, outras que não estavam programadas e aconteceram. Em 2021 também houve uma readequação, digamos, uma organização melhor da FIA em termos de calendário para fazer 22 provas - a próxima temporada vai ter 23 provas já confirmadas no calendário”, acrescentou.

E o trabalho na pista?

Medidas que todos nós adotamos desde o começo da pandemia também foram adotadas na Fórmula 1. Você certamente já viu Mariana Becker de máscara nas coberturas da categoria. Mas esta não foi a única mudança promovida nos paddocks desde o começo de 2020.

“Para um repórter, é mais complicado. Antes o piloto passava por você, e você podia abordar, dar uma conversadinha rápida antes de ele sair. Agora você não tem mais isso”, afirmou.

“Para fazer entrevista, eu não posso mais fazer uma entrevista assim (emula o gesto de alternar o microfone entre ela e o entrevistado), tem que ter dois microfones. Você perde um pouquinho da naturalidade na hora de entrevistas”, explicou também.

Segundo Mariana Becker, a programação da Fórmula 1 inclui entrevistas com os pilotos, mesmo com as restrições sanitárias impostas pela Covid-19. E  todos eles encaram compulsoriamente os microfones.

“De uma maneira geral, eles são muito profissionais”, explicou a jornalista. “Eles são obrigados a nos dar entrevista. Ele não pode chegar lá e não falar. Isso faz parte do papel profissional dele: correr, treinar, ter reunião com o engenheiro e responder para os jornalistas na hora das coletivas. Depois, as ‘one to one’, as entrevistas exclusivas, aí é uma outra história.”

Além das questões de segurança sanitária no trabalho, a reportagem que cobre a Fórmula 1 ao redor do mundo viu diminuir o número de profissionais envolvidos. No entanto, ainda de acordo com a repórter, a situação começa a caminhar para a normalidade nesse quesito.

“Todo mundo de máscara, e a gente tem que manter uma distância de 1,5m. Nas entrevistas, eles ficam mais longe do que a gente. Tem muito menos gente no paddock. Agora começa a ter mais gente, mas até então - até México, Estados Unidos - tinha pouca gente no paddock. Diminuiu o número de repórteres”, explicou também.

Grande Prêmio de São Paulo (horários de Brasília)

Sexta-feira (12)
12h20 - Treino livre 1 - ao vivo no Bandsports
15h30 - Treino classificatório - ao vivo na Band, Bandsports, Bandplay e site da Band

Sábado (13)
11h50 - Treino livre 2 - ao vivo no Bandsports 
16h - Corrida sprint - ao vivo na Band, Bandsports, Bandplay e site da Band

Domingo (14)
13h30 - Corrida - ao vivo na Band, Bandplay, BandNews FM e site da Band
19h - VT da corrida - Bandsports

Onde assistir?

Ao vivo na tela da Band e online no Bandplay e no band.com.br, com a narração de Sérgio Maurício, comentários de Reginaldo Leme, Felipe Giaffone, Max Wilson e Rubens Barrichello e reportagem de Mariana Becker.

Grid:

Valtteri Bottas e Lewis Hamilton (Mercedes), Charles Leclerc e Carlos Sainz (Ferrari), Max Verstappen e Sergio Pérez (Red Bull), Lando Norris e Daniel Ricciardo (McLaren), Lance Stroll e Sebastian Vettel (Aston Martin), Fernando Alonso e Esteban Ocon (Alpine), Pierre Gasly e Yuki Tsunoda (AlphaTauri), Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi (Alfa Romeo), Mick Schumacher e Nikita Mazepin (Haas), George Russell e Nicholas Latifi (Williams)

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