Michael Masi, ex-diretor de provas da Fórmula 1, rompeu o silêncio. Em comunicado publicado nesta quarta-feira (13) pelo site australiano Speedcafe.com, o agora ex-dirigente se pronunciou pela primeira vez sobre o fim de sua passagem pela categoria, na qual esteve entre 2019 e 2022.
Masi se afastou da F1 em fevereiro de 2022, meses após a polêmica no Grande Prêmio de Abu Dhabi que decidiu a temporada 2021. Na ocasião, a entrada de um safety car nas voltas finais foi considerada decisiva para a decisão do título em favor de Max Verstappen (Red Bull) na disputa contra Lewis Hamilton (Mercedes).
Hamilton liderava a corrida até as voltas finais, mas com pneus gastos, enquanto Verstappen era segundo, com pneus mais novos. Com o carro-madrinha, Masi determinou que os retardatários entre os dois ultrapassassem Hamilton para descontar a volta. No último giro, já com pista liberada, o holandês passou o rival sem dificuldades, venceu e ficou com o título.
No comunicado desta quarta-feira (13), Masi não mencionou a polêmica de Abu Dhabi, mas reforçou o desejo de voltar à Austrália e passar mais tempo perto da família. Na véspera, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) comunicou a saída do dirigente.
“Decidi deixar a organização e me mudar de volta para a Austrália para estar mais perto de minha família e amigos”, explicou Michael Masi no texto. “O apoio pessoal de minha família, de amigos e de colegas em todo o mundo durante esta jornada e particularmente nos últimos meses só pode ser descrito como esmagador, e algo que eu vou amar para sempre”, acrescentou.
Com passagem por cargos na Fórmula 3 e na Fórmula 2, Masi chegou ao posto de diretor de provas da F1 no começo de 2019, após a morte de Charlie Whitting às vésperas do GP da Austrália. Após três temporadas, foi substituído por Eduardo Freitas e Niels Wittich.
Na carta, o australiano ainda agradece a Herbie Blash, conselheiro sênior permanente da FIA para a Fórmula 1, e ao próprio Whitting, já que havia sido escolhido por ambos em 2018 para uma futura sucessão – o que, segundo deixou claro, aconteceu muito antes do previsto. Jean Todt, ex-presidente da FIA, e Stefano Domenicali, atual diretor-executivo da F1, também foram citados entre os agradecimentos.
Confira o comunicado na íntegra:
“Foi um prazer e uma honra representar a FIA como diretor esportivo de monopostos e diretor de corridas de Fórmula 1 da FIA e delegado de segurança desde a morte inesperada e trágica de Charlie em Melbourne 2019.”
“Tendo trabalhado em vários projetos ao redor do mundo com a Federação e seus clubes-membros por mais de uma década antes da minha nomeação, agora decidi deixar a organização e me mudar de volta para a Austrália para estar mais perto de minha família e amigos.”
“Estou orgulhoso de ter trabalhado em parceria por muitos anos com os vários clubes-membros da FIA, o Grupo de Fórmula 1, os competidores, os promotores e os operadores de circuito e meus colegas e equipe internamente na FIA.”
“Sempre vou valorizar esses relacionamentos e amizades ao longo da vida que desenvolvi ao longo da minha jornada até hoje.”
“Em particular, sou eternamente grato a Herbie Blash e ao falecido Charlie Whiting por me identificar como um futuro sucessor em 2018, um papel que eu estava ansioso para acompanhar e aprender com Charlie por muitos anos antes de sua morte chocante.”
“Também transmito meu sincero apreço pelo apoio e orientação durante meu mandato do ex-presidente da FIA Jean Todt, Stefano Domenicali e minha dedicada equipe de monopostos da FIA.”
“Estendo meu agradecimento às dezenas de milhares de voluntários e oficiais dedicados que permitem que o automobilismo aconteça todos os dias em todo o mundo, pois a segurança dos competidores e oficiais sempre foi minha maior prioridade.”
“Obrigado ao presidente da FIA, Mohammed Bin Sulayem, e sua equipe presidencial por seu apoio pessoal desde sua nomeação e desejo-lhes o melhor para o futuro.”
“O apoio pessoal da minha família, amigos e colegas em todo o mundo durante esta jornada e particularmente nos últimos meses só pode ser descrito como esmagador e algo que eu vou amar para sempre.”