Legado sustentável e social é aposta da organização do GP de São Paulo para 2024

Organizadores celebram números positivos desde 2019; Prefeitura comemora e promete buscar respostas para eventuais críticas

Emanuel Colombari, Luiza Oliveira e Pedro Lopes

Prova comemora números positivos a partir de 2019
Edson Lopes Jr./Prefeitura de São Paulo

A edição 2024 do Grande Prêmio de São Paulo tem como trunfo o impacto na economia paulistana. Mas também aposta no legado ambiental, alinhado com os planos da Fórmula 1 para os próximos anos.

Entre as principais novidades, a organização anunciou nesta quarta-feira (23) a instalação de 100 painéis de energia solar, cuja produção atende pelo menos três setores de arquibancadas.

Segundo o CEO do GP de São Paulo, Alan Adler, o plano para 2024 é reduzir pelo menos 30% da emissão de carbono da prova – uma marca que pode chegar a 50%. Além disso, o Autódromo de Interlagos ganhou uma central permanente de triagem de resíduos.

“Acho que isso é um golaço para o autódromo”, comemorou Adler em entrevista coletiva, destacando o legado sustentável e social para o circuito.

Momento de crescimento

A projeção da prova em 2024 é receber 300 mil pessoas ao longo dos três finais de semana da Fórmula 1 no Brasil, contra 267 mil do GP de São Paulo de 2023.

A perspectiva reflete um crescimento em diversas análises desde 2019, como o aumento de público em si (que cresceu 69% entre 2019 e 2023) e da participação feminina (que saltou de 17% para 37% no mesmo período).

“O que nos move todo ano é fazer melhor. A gente sabe a responsabilidade que a gente tem de trazer os benefícios econômicos para a cidade”, comemorou Adler, celebrando o momento de crescimento internacional da categoria.

“Tivemos sorte de pegar a Fórmula 1 em um momento muito bom, com a gestão da Liberty. Estamos surfando no sucesso da Fórmula 1”, completou.

Turismo

O prefeito Ricardo Nunes, presente ao evento, destacou a movimentação financeira gerada na cidade durante o fim de semana do GP de São Paulo de 2023, calculada em R$ 1,6 bilhão.

Segundo o chefe do Executivo paulistano, a prova teve forte impacto financeiro na cidade, uma vez que 75% do público que compareceu ao Autódromo de Interlagos era de outras cidades. Na ocasião, cada turista permaneceu quatro noites na cidade, com gasto médio de R$ 4.689,43.

“Nós apostamos em investir pesado para que pudéssemos ter grandes eventos, eventos de qualidade”, afirmou Nunes, que espera que a visita da Fórmula 1 ajude a “colocar a imagem de São Paulo positivamente para o mundo”.

O que melhorar?

Apesar dos pontos positivos colhidos nos últimos anos, uma pesquisa da SPTuris (empresa oficial de turismo e eventos da cidade de São Paulo) apontou uma percepção negativa dos turistas a respeito de segurança e limpeza urbana na cidade de São Paulo durante o fim de semana da F1.

A Prefeitura diz não saber o que causou essa impressão e defendeu a atuação nos dois quesitos. O prefeito Ricardo Nunes, inclusive, destacou “o esforço” nos trabalhos.

“De limpeza, só falta a gente passar cloro, detergente”, brincou. “Talvez a gente pudesse enfeitar mais um pouco, algo mais paisagístico.”

O tom foi semelhante ao se referir à segurança. “Não temos tido ocorrências. Pela quantidade de pessoas, não tem ocorrido”, garantiu.

Ainda assim, Nunes promete observar as questões para a prova de novembro. “Talvez a gente ficar um pouco mais atento. Entender o que é, qual é o ponto”, concluiu.

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