Maior esperança da Ferrari para reviver os dias de glória da Fórmula 1, Charles Leclerc, 23 anos, nasceu em Mônaco, um dos países mais glamorosos do mundo e destino certo de milionários e bilionários.
“Mas por trás de todo esse glamour existe a comunidade monegasca, que é outra história, mais familiar, de gente simples e normal. Cresci com eles”, contou o piloto em uma conversa aberta com a repórter Mariana Becker na qual falou mais sobre a sua vida pessoal.
Leclerc é filho de Pascale Leclerc, uma cabeleireira que inclusive cuidava do penteado do escocês David Coulthard, ex-piloto de Fórmula 1. Ele tem um irmão mais novo, Arthur, que corre na Fórmula 3, e um mais velho, Lorenzo, que administra a sua carreira. Cabe a Pascale colocar limites ao filho em raras ocasiões.
“Ela está fora do mundo das corridas. É minha mãe, minha família, e com ela não falo sobre as corridas, mas sobre a minha vida mesmo. Claro que ela puxa a orelha se achar que deve, sem nenhum filtro, isso é normal. Mas sou bem comportado”, afirmou.
Outra mulher da vida de Leclerc é Charlotte Siné, estudante de arquitetura e namorada do piloto desde o início deste ano. Ela o acompanha em algumas provas e gosta de ouvi-lo tocar piano - como os dois já registraram nas redes sociais
“Gosto muito de piano, qualquer estilo, e toco desde os oito, nove anos”, disse o monegasco, que, por outro lado, não mostra o mesmo talento na cozinha. “Cozinho muito mal. Mas cozinho. Massa sem molho, frango… E sei pedir uma pizza muito boa”, brincou.
Leclerc também falou sobre como duas grandes perdas moldaram sua personalidade. O padrinho Jules Bianchi, piloto de Fórmula 1, morreu em 2015, meses após um grave acidente no GP do Japão. Dois anos depois, o pai, Hervé, morreu aos 54 anos de causas não divulgadas.
O mundo do automobilismo inclusive se surpreendeu quando Leclerc apareceu em Baku (Azerbaijão) dois dias depois da perda do pai e venceu uma corrida da temporada da Fórmula 2. A capacidade de se reconstruir rapidamente o tem ajudado a superar outras frustrações, como não ter terminado mais uma vez o GP de Mônaco em casa recentemente.
“Viro a página com certa facilidade. Antes, quando era mais jovem, eu me botava muito pra baixo. Hoje ainda sou duro comigo, mas me dou conta de que não é produtivo ficar muito tempo em cima de um erro. Analiso os erros e procuro entendê-los antes de seguir em frente”, afirmou Leclerc.
“Acho que meu ponto forte é a parte mental e a forma como encaro as coisas. Tudo o que aconteceu, a perda do meu pai, tudo isso mudou minha perspectiva. O automobilismo é uma parte grande da minha vida, mas tem coisas mais importantes, como a minha saúde e a minha família. O que houve comigo tirou um pouco da pressão das minhas costas quando caminho pelo paddock”, concluiu.