O ano de 1994 foi de tristeza e felicidade para o povo brasileiro. Ao mesmo tempo em que ficou marcado pela morte de Ayrton Senna, foi também o ano em que o Brasil encerrou um jejum de 24 anos sem títulos em Copas do Mundo. E para celebrar o momento e, ao mesmo tempo, homenagear o ídolo brasileiro da F1, os jogadores da Seleção entraram em campo com um tributo que ficaria famoso: uma faixa com os dizeres "Senna, aceleramos juntos: o tetra é nosso".
Agora, 30 anos depois, o símbolo desta união foi entregue à família Senna. A faixa, autografada por todos os jogadores que participaram da conquista, foi levada à sede de Senna Brands e do Instituto Ayrton Senna por representantes da Seleção do tetra: os jogadores Paulo Sérgio, Zetti, Mauro Silva, Gilmar Rinaldi e o preparador físico Moraci Sant'Anna, que estiveram juntos de Bianca Senna, CEO de Senna Brands e sobrinha do piloto.
Os jogadores revelaram a importância de Ayrton Senna na conquista do tetracampeonato nos EUA.
“Foi um dia muito especial esse de entregar a faixa que é símbolo de gratidão e de legado do Ayrton Senna. A inspiração que ele foi para todos os brasileiros, para a gente naquela conquista. O Senna queria o tetracampeonato e nós também. E que o legado dele continue inspirando e guiando a sociedade brasileira. Fica claro que com paixão e com determinação é possível alcançar qualquer sonho”, diz Mauro Silva, volante que disputou os sete jogos da Seleção que conquistou o Tetra.
De acordo com Gilmar, um dos três goleiros daquela Seleção, a ideia da frase exibida na faixa nasceu de uma conversa que Ayrton Senna teve com os jogadores no amistoso entre a Seleção e o combinado PSG/Bordeaux, realizado em 20 de abril de 1994. O piloto foi o responsável por dar o pontapé inicial da partida, foi aplaudido pelos brasileiros e franceses presentes no estádio Parc des Princes, em Paris, e teve uma interação com os craques antes da partida, com todos destacando a missão que tinham naquele ano: buscar o tetracampeonato no futebol e também nas pistas, já que o piloto foi campeão mundial de F1 em 1988, 1990 e 1991.
“Ele esteve presente em todos os momentos, desde o início da nossa preparação. Aquela frase que ele falou depois que ele subiu para dar o pontapé inicial, ‘vou estar acelerando lá de cima (na arquibancada)’. E ele realmente acelerou de todas as formas, inclusive nos acelerou na final e a gente sabia que essa faixa deveria ficar com a família dele. Ele ensinou muito a essa Seleção que nos momentos mais difíceis e de maior a pressão, a como ser um campeão, o verdadeiro campeão. E a gente usou muito as frases dele e a determinação dele”, explica Gilmar.
A faixa da final da Copa de 1994 permaneceu por 30 anos sendo guardada por Américo Faria, ex-superintendente da CBF. A partir de agora, ela passa a fazer parte do acervo da família e da Senna Brands. “É uma honra receber os jogadores. A faixa vai ganhar um lugar especial no nosso acervo porque simboliza a união de dois esportes que mexem com a emoção dos brasileiros. Eu me lembro de assistir o Brasil ganhando a Copa do Mundo e ver a seleção celebrando o Ayrton naquele momento foi muito especial”, comenta Bianca Senna.