Itália quer receber dois GPs de F1 até 2030, mas espera por ajuda política

Ímola e Monza estão no calendário até 2025, mas dirigentes esperam renovação de contratos

Da redação

Ímola e Monza estão no calendário até 2025, mas dirigentes esperam renovação de contratos
Haas F1 Team

A Itália aposta nas reformas dos circuitos locais e no apoio político local para seguir recebendo duas etapas por temporada na Fórmula 1 até 2030.

Desde 2021, a categoria tem disputado duas corridas em solo italiano: o GP da Itália, em Monza, e o GP da Emilia-Romagna, em Ímola. Antes, em 2020, foram três etapas, com a realização do GP da Toscana em Mugello.

Monza e Ímola têm contratos com a F1 até o final de 2025. No entanto, o CEO da competição, Stefano Domenicali, já indicou que as chances da manutenção da prova da Emilia-Romagna a partir de 2026 são pequenas.

Nada que diminua o otimismo dos dirigentes locais. “Já temos um acordo, faltando apenas os detalhes, para assinar um novo contrato que prevê a confirmação dos dois GPs da Itália, em Monza e Ímola, por mais cinco anos”, assegurou Angelo Sticchi Damiani, presidente do ACI (Automóvel Clube da Itália), em entrevista publicada nesta quinta-feira (9) pelo jornal Gazzetta dello Sport. “Ter duas corridas no calendário até 2030 seria uma conquista extraordinária para o nosso país”, acrescentou.

Segundo Damiani, a expectativa é conseguir assinar um pré-contrato para as duas provas até o final de 2024, com a promessa de obras de modernização nos dois circuitos. O dirigente, porém, acredita em uma situação mais complexa envolvendo Monza, uma vez que o traçado está dentro de uma área verde, o que demandaria mais acordos para as reformas.

Como o GP da Itália de 2024 acontece entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro, o ACI espera que as obras em Monza estejam terminadas com tranquilidade até lá. “O plano de modernização passa pela criação de novas passagens subterrâneas, porque as atuais são muito estreitas, tanto que têm causado transtornos ao tráfego de veículos e funcionários”, disse Damiani. “Esperamos que as obras das empresas comecem no início do próximo ano e deverá ser concluído até junho, bem antes da data do GP. O acabamento das passagens subterrâneas será feito por último.”

Apoio político para financiar provas

Para manter as duas provas da Fórmula 1 na Itália a partir de 2026, Angelo Sticchi Damiani espera contar com o apoio político local. Entre outras coisas, o presidente do ACI espera uma “contribuição” de 5 milhões de euros (mais de R$ 26,2 milhões em valores atuais) por parte da região da Lombardia para a organização da prova em Monza.

“A política deve compreender que seria um sucesso nacional. Estou pensando na primeira-ministra (Giorgia) Meloni e no (vice primeiro) ministro (Matteo) Salvini, mas também na região da Lombardia, de onde esperamos receber de volta a contribuição ordinária atualmente destinada às obras do autódromo. Além disso, os municípios locais, que se beneficiam em centenas de milhões, devem fazer a sua parte. O modelo é Imola, que há anos financia a organização da corrida”, apontou.

A tentativa de apoio é uma resposta do ACI ao esperado aumento de custos para renovar os contratos das duas provas. Segundo a entidade, o investimento passou de US$ 4 milhões para US$ 22 milhões em 2017.

“Era inevitável que houvesse um aumento nos custos a partir de 2026, até porque Monza é atualmente o (GP) que paga menos na Europa. Hoje é impossível cobrir os custos de um Grande Prémio de Fórmula 1 apenas com a receita dos ingressos. Os governos de todo o mundo cobram impostos para apoiá-los. Portanto, todos devem fazer a sua parte. Não podemos colocar muita pressão nas contas do ACI”, defendeu Damiani, ciente da concorrência internacional por provas da F1.

“É importante antecipar o calendário em relação ao prazo de 2025, que coincidirá com a eleição do presidente da FIA e a elaboração do novo Pacto de Concórdia entre as equipes e a Fórmula 1 . Também porque, a nível internacional, há uma fila de pedidos para sediar um GP - basta pensar que a França e a Alemanha não têm nenhum. Por isso é melhor garantir as nossas corridas até 2030”, alegou também.

Em setembro, Stefano Domenicali se mostrou grato pelo apoio da Itália em receber três GPs na temporada 2020, bastante modificada como reflexo da pandemia da covid-19. No entanto, o CEO da F1 indicou que os recursos financeiros dos italianos podem não ser suficientes para manter duas provas da categoria no país.

“Agradeço a Ímola, porque a organização estava pronta para assumir a oportunidade em um momento complicado”, disse. “Precisamos entender se há recursos para mantermos dois GPs no calendário ou se nos concentraremos somente em um.”

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