Nem mesmo a chuva tirou a animação do público no Autódromo de Interlagos minutos antes de Lewis Hamilton pilotar o carro utilizado por Ayrton Senna no título de 1990 da F1. Mas os torcedores pararam e ficaram praticamente em silêncio assim que o heptacampeão entrou na pista para homenagear o ídolo brasileiro neste domingo (3). Era um misto de nostalgia e surpresa para ouvir o barulho do motor V10 da McLaren MP4/5B.
Até por isso, durante a exibição de Hamilton, os gritos de “Olê, olê, olê, olá, Senna, Senna" pararam. Inclusive no Setor A (no início da reta principal), um dos mais populares e barulhentos do GP de São Paulo.
O autódromo paulistano voltou a se agitar, no entanto, quando o heptacampeão estacionou a McLaren de Senna e ergueu a bandeira do Brasil.
Hamilton, que inicialmente estava programado para dar três voltas, empolgou-se na pista e completou o circuito cinco vezes. Ele explicou que o momento era histórico e por isso se soltou.
"É uma honra para a minha carreira, nunca vai acontecer de novo. Eu estou muito feliz. Por isso eu não parei (risos), dei umas duas voltas a mais. Isso é um carro de corrida. (...) Espero que o Senna esteja orgulhoso. Essa foi a melhor performance do fim de semana”, disse Hamilton.
No paddock, a movimentação maior foi no box da Mercedes, equipe do piloto britânico.
Se os times e pilotos não se agitaram muito com a ação, os comissários da FIA e da Fórmula 1 correram para acompanhar as voltas históricas em Interlagos. Alguns funcionários da categoria se debruçaram no guard rail da reta principal e enfrentaram a garoa para registrar o momento.
O público do paddock se reuniu na frente do estande da Honda, onde o carro estava estacionado em Interlagos. E mesmo com chuva, ninguém saiu dali. Os fãs foram à loucura em dois momentos: quando Hamilton e quando o carro foi ligado.
"É muito, muito emocionante esse momento. Ouvindo o barulho desse motor, eu estava revisitando a minha infância, quando via o Ayrton correndo. Não acredito que tive a oportunidade de pilotar o carro do maior piloto de todos", afirmou Hamilton.