Silêncio para ouvir o motor: Interlagos parou para ver Hamilton com McLaren de Senna

Heptacampeão mundial deu cinco voltas com carro histórico de Senna antes do GP de São Paulo de F1

Por Emanuel ColombariThiago TassiVinícius Batista

Nem mesmo a chuva tirou a animação do público no Autódromo de Interlagos minutos antes de Lewis Hamilton pilotar o carro utilizado por Ayrton Senna no título de 1990 da F1. Mas os torcedores pararam e ficaram praticamente em silêncio assim que o heptacampeão entrou na pista para homenagear o ídolo brasileiro neste domingo (3). Era um misto de nostalgia e surpresa para ouvir o barulho do motor V10 da McLaren MP4/5B.

Até por isso, durante a exibição de Hamilton, os gritos de “Olê, olê, olê, olá, Senna, Senna" pararam. Inclusive no Setor A (no início da reta principal), um dos mais populares e barulhentos do GP de São Paulo.

O autódromo paulistano voltou a se agitar, no entanto, quando o heptacampeão estacionou a McLaren de Senna e ergueu a bandeira do Brasil.

Hamilton, que inicialmente estava programado para dar três voltas, empolgou-se na pista e completou o circuito cinco vezes. Ele explicou que o momento era histórico e por isso se soltou.

"É uma honra para a minha carreira, nunca vai acontecer de novo. Eu estou muito feliz. Por isso eu não parei (risos), dei umas duas voltas a mais. Isso é um carro de corrida. (...) Espero que o Senna esteja orgulhoso. Essa foi a melhor performance do fim de semana”, disse Hamilton.

No paddock, a movimentação maior foi no box da Mercedes, equipe do piloto britânico.

Se os times e pilotos não se agitaram muito com a ação, os comissários da FIA e da Fórmula 1 correram para acompanhar as voltas históricas em Interlagos. Alguns funcionários da categoria se debruçaram no guard rail da reta principal e enfrentaram a garoa para registrar o momento.

O público do paddock se reuniu na frente do estande da Honda, onde o carro estava estacionado em Interlagos. E mesmo com chuva, ninguém saiu dali. Os fãs foram à loucura em dois momentos: quando Hamilton e quando o carro foi ligado.

"É muito, muito emocionante esse momento. Ouvindo o barulho desse motor, eu estava revisitando a minha infância, quando via o Ayrton correndo. Não acredito que tive a oportunidade de pilotar o carro do maior piloto de todos", afirmou Hamilton.

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