Hamilton diz que ficou 'meio que tremendo' após convite da Ferrari por telefone no fim de 2023

Heptacampeão lembrou casos de racismo na Itália, mas diz que decidiu por realizar sonho antigo

Da redação

Em entrevista à revista Time divulgada nesta quinta-feira (27) pelo site da publicação, Lewis Hamilton disse ter sido procurado pela Ferrari em dezembro de 2023 para correr pela escuderia a partir de 2025.

Na ocasião, Hamilton – que estreia pela Ferrari em 2025 – havia acabado de renovar contrato com a Mercedes até o fim de 2025. No entanto, o sonho antigo de correr pelo time de Maranello pesou na decisão, e ele optou por encerrar o compromisso com a escuderia alemã no fim de 2024.

À Time, Hamilton disse que estava nos Estados Unidos, onde tem uma casa no estado do Colorado, quando recebeu um telefonema de Frédéric Vasseur, chefe de equipe da Ferrari, com o convite. Os dois já haviam trabalhado juntos na GP2, em 2006 – Vasseur era o chefe de equipe de Hamilton na ART Grand Prix.

“Eu me lembro de desligar o telefone e, tipo, meio que tremendo”, contou Hamilton, que contou sobre a ligação a um amigo que estava com ele – ambos ficaram sentados no chão do banheiro, em choque. “Eu fiquei tipo: ‘p*ta m*rda’”

Hamilton não tinha muito tempo para decidir – o britânico foi anunciado pela Ferrari já em fevereiro de 2024. Então, precisou sair de casa sozinho para limpar os pensamentos. “Era muita coisa, e meu emocional estava muito alto”, disse. “Então, eu honestamente precisava sair para caminhar.”

Chegada de Hamilton à Ferrari é destaque da capa da Time (Imagem: Divulgação)

Na hora de decidir, pensou em diversos fatores. Entre eles, a lealdade à Mercedes e os casos de racismo no esporte italiano – ele mesmo já havia sido alvo de manifestações no país desde os tempos de kart.

“Não vou mentir: isso definitivamente passou pela minha cabeça quando eu estava tomando minha decisão”, revelou. “Como em muitas coisas, é sempre um grupo pequeno que dita a tendência para muita gente. Não acho que isso vai ser um problema”, convenceu-se.

Assim, o desejo antigo pesou mais alto: ciente de que seria a última chance, aceitou. Tomou coragem e revelou os planos à Mercedes. Enfrentou um cenário dividido, entre funcionários que apoiaram a mudança e colegas que reagiram mal. Mas indica não se arrepender.

“Você não pode ficar parado por muito tempo”, argumentou o britânico. “Eu precisava me jogar em algo desconfortável de novo. Honestamente, eu pensei que todas as minhas primeiras vezes já tinham passado. O primeiro carro, o primeiro acidente, o primeiro encontro romântico, o primeiro dia na escola. (Mas) a empolgação que tive com a ideia de ‘esta é a minha primeira vez com um macacão vermelho, a primeira vez na Ferrari’... Uau. Honestamente, nunca estive tão empolgado”, descreveu.

Aos 40 anos, Hamilton tem contrato com a Ferrari pelo menos até o fim de 2025, mas garante que a idade não será obstáculo até lá. “A velhice é um estado de espírito”, argumentou. “É claro que seu corpo envelhece. Mas eu nunca vou ser um homem velho.”

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