A temporada 2021 da Haas na Fórmula 1 não deve empolgar os fãs da equipe. Mas as perspectivas internas para 2022 são mais otimistas.
Foi o que explicou hoje Pietro Fittipaldi, piloto reserva da Haas, em entrevista à BandNews TV. Com a mudança de regulamento que a categoria terá na próxima temporada, a escuderia dos Estados Unidos decidiu priorizar os investimentos no carro que terá e deixar o modelo VF-21 em segundo plano.
“Eles não desenvolveram muito o carro para este ano, porque estão mais focados para 2022. O Gunther (Steiner, chefe de equipe) já falou isso para a imprensa também, porque o carro vai ficar igual, então a gente está focando nos regulamentos que vão trocar para ano que vem. Todo o orçamento, o investimento da equipe está focado em 2022”, explicou.
“Esse ano ser difícil para a Haas. Vai ser um ano complicado. Eles estão com dois novatos no carro (Mick Schumacher e Nikita Mazepin), estão correndo para ganhar experiência, quilometragem no carro, sabendo que o carro vai ser difícil de pilotar e não vai ser o melhor do grid, mas sabendo que a equipe está focada para trazer um carro muito bom para 2022.”
Pietro chegou a disputar duas corridas com a Haas em 2010, substituindo Romain Grosjean nos GPs de Sakhir e Abu Dhabi. Embora sem a vaga de titular na equipe, o brasileiro comemora o fato de poder acumular mais experiência.
“Eu continuo com terceiro piloto da Haas, agora com mais experiência na Fórmula 1, já que eu corri dois GPs ano passado. Isso é bom para mim - eu chego nas corridas com mais experiência, consigo apoiar mais a equipe”, disse Pietro, que disputa ainda a Le Mans Series europeia em 2021, além de dividir um carro da equipe Dale Coyne com o próprio Grosjean na Fórmula Indy.
Assim, nem sempre é possível estar em todas as corridas de F1 com a Haas. “Estou muito feliz de continuar com a Haas. Meu próximo GP com a equipe vai ser em Barcelona (9 de maio). Em Portugal, não vou estar lá. As corridas têm sido bem emocionantes.”
Na Fórmula 1, o foco da Haas em 2022 é encarado de forma positiva pelo neto de Emerson Fittipaldi. Para Pietro, é uma chance que a categoria tem de diminuir a disparidade entre as equipes, deixando as disputas mais equilibradas.
“Seria o cenário ideal, quando você começa o fim de semana com 20 carros no grid e qualquer um poder ganhar. Seria fantástico ver a Fórmula 1 assim”, analisou.
“Com essas trocas de regulamentos que estão fazendo, pelo menos a diferença entre uma equipe que é uma fabricante vai ser menor do que é agora com a pequena. Isso vai ajudar muito a ter uma equipe pequena, por exemplo, batalhando quem sabe por uma vitória ou um pódio. Hoje em dia são só três equipes brigando para estar no pódio. Ter 10 equipes brigando para estar no pódio seria um negócio fantástico, na minha opinião.”
Futuro brasileiro
Apesar da presença de Pietro em duas provas de 2020 como reserva, o Brasil não conta com um titular ao longo de uma temporada desde que Felipe Massa deixou a Williams no fim de 2017. Para Pietro, porém, há vários nomes com potencial para a categoria.
“Tem muitos brasileiros que têm chances de chegar na Fórmula 1. O que é difícil é ter o apoio financeiro para chegar lá. Não só na Fórmula 1, mas também nas categorias junior: tendo mais apoio financeiro, você consegue fechar com uma equipe melhor, treinar mais com os carros”, apontou.
Pietro se colocou como candidato a uma vaga futura, mas citou diversos outros candidatos do Brasil à categoria – casos de Enzo Fittipaldi (que disputa a Indy Pro 2000 neste ano), Caio Collet (atualmente na Fórmula 3), Gianluca Petecof e Felipe Drugovich (ambos na Fórmula 2).
“Tem vários brasileiros com talento suficiente para chegar na Fórmula 1. Falta, às vezes, um apoio financeiro. Automobilismo, infelizmente, hoje em dia é assim. Acho que, com certeza, vai ter brasileiro em breve de volta na Fórmula 1. Se não for eu, vai ter outros aí, pilotos muito bons”, reforçou.