O Grande Prêmio de São Paulo 2024 acabou. Max Verstappen venceu, com dois pilotos da Alpine completando o surpreendente pódio. A chuva marcou o final de semana, assim como a exibição de Lewis Hamilton com a McLaren utilizada por Ayrton Senna no título da temporada de 1990 da Fórmula 1.
Isso é o que o público lembrará por muito tempo, ou o que as estatísticas e reportagens registrarão, é claro.
Mas o fim de semana no Autódromo de Interlagos deixou também um importante legado ambiental, alinhado com os planos da Fórmula 1 para os próximos anos. Um objetivo que já havia sido apresentado antes mesmo da prova.
De transporte a reciclagem, vários pontos ganharam força nos bastidores – alguns deles, aliás, bem visíveis para o público. Confira:
Energia solar
A edição 2024 do GP de São Paulo ganhou 124 painéis solares, que contribuirão para a energia limpa do autódromo. As instalações têm capacidade média de produção mensal de 7 mil kw, que deve ser utilizada ao longo de todo o ano.
O excedente de energia produzida deve voltar à concessionária, sendo abatido nos custos operacionais do autódromo. Com isso, a cidade de São Paulo reduzirá a emissão de carbono, uma das metas da F1 que vai ganhar força no ciclo entre 2026 e 2030.
Central de reciclagem
Outra novidade de Interlagos em 2024 foi a instalação de uma central de triagem de resíduos recicláveis. Entre os 124 painéis solares instalados no autódromo, 24 estão sobre a nova estrutura.
O local é feito de blocos de plástico reciclado e oferecer suporte ao circuito para separação de lixo. A operação envolve parcerias com cooperativas locais, que geram renda para famílias que vivem no entorno da pista com a coleta de materiais recicláveis durante os eventos – não apenas a F1 – no local.
Consumo de água
Vale destacar ainda que a edição de 2024 implementou o uso de copos retornáveis no consumo de bebidas nas arquibancadas, como água, cerveja e refrigerante. O copo vira uma lembrança, que o fã não vai descartar.
O consumo de água, aliás, vale menção importante. Em áreas comuns para pilotos, equipes e funcionários, geladeiras disponibilizavam água mineral em embalagens de papelão. Nas arquibancadas, o público tinha acesso a água potável distribuída gratuitamente em bebedouros.
Óleos
O óleo de cozinha utilizado em áreas de alimentação foi todo reciclado. Além disso, os geradores do refeitório e da área de serviço da organização do Grande Prêmio de São Paulo foram movidos por biocombustível.
No paddock, o óleo lubrificante das equipes foi recolhido para ser reciclado, ganhando uma destinação correta para o reuso. Essa reciclagem é feita no Autódromo de Interlagos desde 2022.
Transporte
O serviço expresso de trem levou mais de 108 mil pessoas ao autódromo durante os três dias de evento, segundo estimativas divulgadas pela organização. Para quem prefere fugir do trânsito, a alternativa se mostrou viável.
O evento ainda disponibilizou pontos de transporte para PCDs, em parceria com a SPTrans (empresa responsável pela gestão do transporte público em São Paulo) e a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência.