O asfalto do Circuito das Américas será motivo de especial preocupação durante o Grande Prêmio dos Estados Unidos, neste fim de semana. A etapa em Austin é a 18ª da temporada 2023 da Fórmula 1.
A pista foi recentemente recapeada, o que não evitou o reforço das críticas que são registradas pelo menos desde 2021. Em abril de 2023, após prova da MotoGP no local, vários pilotos apontaram problemas com a superfície do traçado.
“Nós temos quatro asfaltos na pista”, afirmou o italiano Francesco Bagnaia, piloto da Ducati campeão em 2022 e líder da temporada 2023 da categoria. “Em alguns pontos, como nas curvas 11, 12, 15 e 20, se você caminhar, o asfalto está rachando”, reforçou o espanhol Álex Marquez, da Gresini.
A Pirelli, fornecedora oficial de pneus da Fórmula 1, demonstrou estar atenta às dificuldades do asfalto. Por isso, alertou par problemas de aderência e superaquecimento.
“O asfalto ainda possui algumas ondulações, apesar do recapeamento parcial que ocorreu no ano passado. Isso pode levar o pneu a deslizar um pouco, o que é uma causa potencial de superaquecimento”, afirmou Mario Isola, diretor de motorsport da fabricante italiana.
“A degradação vista em Austin é principalmente térmica, enquanto a granulação é uma ocorrência bastante rara. A corrida sempre foi realizada no outono, uma época do ano em que o clima pode ser muito variável, mesmo dentro de um período de tempo muito curto. Não é incomum termos dias alternadamente ensolarados e chuvosos, com uma grande variação de temperatura”, acrescentou.
Segundo Isola, o Circuito das América tem como características uma força lateral equilibrada entre a dianteira e a traseira dos carros, sem estresse particular para os pneus em curvas específicas. O dirigente salientou a importância de ter “boa tração nas curvas lentas”, e destacou a importância do primeiro setor da volta.
“Eu descreveria o circuito como uma pista completa, com níveis médios a altos de pressão aerodinâmica. A curva 1, à esquerda, é particularmente diferenciada, no final de uma subida de 22 metros, percorrida em apenas 200 metros de pista. Isso torna a largada particularmente interessante, com os pilotos indo em várias direções diferentes para encontrar a melhor linha. Essa curva leva a um primeiro setor fluido, caracterizado por uma série de curvas médias e rápidas até o hairpin, que é a curva 11. Ele é seguido por uma longa reta que leva à parte final da pista, com uma série de curvas mais lentas e de 90 graus”, descreveu.
Para o GP dos Estados Unidos, a Pirelli escolheu os pneus C2 (branco, duro), C3 (amarelo, médio) e C4 (vermelho, macio) para equipes e pilotos. O final de semana terá como novidade a corrida sprint do sábado (21).
“Austin inicia uma série de quatro corridas – três delas consecutivas – no continente americano. E tudo começa com o GP dos Estados Unidos: uma terra que está totalmente inserida na tradição do motorsport, mas que realmente fez sua presença na F1 ser sentida apenas nos últimos anos, graças a todas as diferentes iniciativas implementadas pela Liberty Media em várias áreas distintas”, afirmou Mario Isola.
“O formato Sprint chega a Austin pela primeira vez este ano, o que é uma grande oportunidade para a base de fãs – que está se tornando cada vez mais entusiasmada com a F1 moderna – vivenciar mais uma ação espetacular”, declarou também.