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Franco Colapinto, um campeão olímpico de kart a caminho da Fórmula 1

Reserva da Williams na F1, argentino venceu competição nos Jogos Olímpicos da Juventude

Por Emanuel Colombari

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Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.

Franco Colapinto, um campeão olímpico de kart a caminho da Fórmula 1
Williams Racing

Em 6 de novembro de 2023, o presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohamed Ben Sulayem, divulgou nas redes sociais a foto de um encontro com Tony Estanguet, presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2024, em Paris. Três dias depois, registrou também um encontro com o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach. Formalidades entre dirigentes, é claro, mas que trouxeram à tona uma discussão que surge de tempos em tempos: a possibilidade da disputa do automobilismo em Olimpíadas.

Pode surpreender muita gente, mas o automobilismo não apenas foi visto no calendário olímpico, como ainda consagrou um nome em ascensão nas pistas internacionais. Trata-se do argentino Franco Colapinto, que em 2023 entrou para a academia de formação da Williams na Fórmula 1.

Em outubro de 2018, a cidade de Buenos Aires recebeu os Jogos Olímpicos da Juventude, e organizou uma disputa de karts elétricos como evento de exibição. O objetivo era convencer o COI a incluir a modalidade no programa de Paris-2024.

Foi uma competição curta, que contava com seis duplas – sempre formadas por um menino e uma menina, não necessariamente do mesmo país. Depois de uma sessão de treinos e uma qualificação, eram realizadas duas corridas, uma masculina e uma feminina, cada uma com 12 minutos e mais uma volta. A soma dos tempos daria o resultado final.

Entre os meninos, estavam quatro argentinos, um chileno e um brasileiro: o sergipano Guilherme Figueiredo. Entre as meninas, seis argentinas. No fim, a dupla formada por Franco Colapinto e Brisa Maria García dominou, garantindo a pole position e vencendo. Nico Pino (Chile) e Camila Almada ficaram no segundo lugar, com Juan Pablo Pilo e Lola Inghiotti em terceiro. Guilherme Figueiredo ficou fora do pódio.

A vitória foi um divisor de águas na carreira de Franco Colapinto. Então com 15 anos, ele se despedia dos karts e rumava para os monopostos. No mês seguinte, estreava na Fórmula 4 espanhola, disputando as quatro corridas da rodada de encerramento da temporada no Circuito de Navarra. Em 2019, foi campeão da mesma categoria. No fim de 2023, estreou na Fórmula 2.

“Bom, foi há muito tempo. Corria no kart ainda, recém estava começando. Creio que minhas primeiras corridas de Fórmula 4 foram nas semanas depois disso. Foi obviamente um momento único, de começar a correr em karts elétricos, de disputar os Jogos Olímpicos em um esporte que tanto amo. Sempre quis estar no automobilismo, e a verdade é que foi muito bonito poder correr estas primeiras corridas. Foi um dia muito importante para o país e para o esporte, e obviamente que eu aproveitei muito”, afirmou Colapinto, em entrevista ao Band.com.br.

A exibição de 2018 não suficiente para convencer o COI, ainda que o assunto não tenha sido deixado totalmente de lado. A entrada do automobilismo foi novamente especulada para a Olimpíada de 2028, em Los Angeles, e também não emplacou. Mas a novidade seria bem-vinda para Colapinto, e ele estaria pronto para novamente defender a Argentina.

“Seria muito bom. Creio que o automobilismo é um esporte realmente muito complicado, muito profissional, que demanda muito fisicamente. Acredito 100% que deveria ser olímpico. Me encantaria vê-lo nas Olimpíadas no futuro, e me encantaria participar contra outros países”, disse o piloto argentino.

“Seria um orgulho poder representar a Argentina e creio que seria muito bom para o esporte mundial em geral que o automobilismo também entrasse nas Olimpíadas. É um esporte que nos representa muito à comunidade mundial, aos sul-americanos que amamos o automobilismo e a todos em geral”, completou.

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