Fórmula 1 anuncia criação de categoria feminina já para temporada 2023

Objetivo é desenvolver jovens pilotas na pirâmide da F1; dirigentes descartam concorrência com a W Series

Da redação

Objetivo é desenvolver jovens pilotas na pirâmide da F1 F1
Objetivo é desenvolver jovens pilotas na pirâmide da F1
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A Fórmula 1 anunciou nesta sexta-feira (18) a criação da F1 Academy, uma categoria 100% feminina pensada para incentivar o desenvolvimento de jovens pilotas. A ideia é ampliar a pirâmide de formação de jovens corredoras, incluindo-as na rota de categorias como Fórmula 3, Fórmula 2 e a própria Fórmula 1.

A novidade surge ao mesmo tempo em que a W Series, principal competição exclusivamente feminina de monopostos, vive momento de incerteza – a temporada 2022 da categoria foi encerrada antes do fim por questões financeiras. Em seu anúncio, no entanto, a Fórmula 1 afastou a possibilidade de a F1 Academy substituir a W Series.

“A W Series continua a fornecer uma ótima plataforma para pilotas, e a F1 Academy pretende acrescentar um caminho a mais para a próxima geração de jovens pilotas, que irão correr em um ambiente que permitirá a elas ganhar experiência fundamenta, graças a uma ótima quantidade de tempo em pista”, afirmou o site oficial da F1.

A previsão da F1 é que a F1 Academy sirva de ponte entre pilotas de kart e de categorias como a Fórmula 4 ou as competições de Fórmula Regional para a Fórmula 3.

“Após verificarmos as barreiras que jovens pilotas encaram ao entrarem na pirâmide da Fórmula 1, ficou claro que elas não têm a mesma quantidade de experiência que os pilotos têm na mesma idade”, diz o anúncio. “O objetivo da F1 Academy é preencher esta lacuna e oferecer às pilotas o acesso a mais tempo de pista, correndo e testando. As pilotas também irão crescer com equipes profissionais, reconhecidas no automobilismo por desenvolverem jovens pilotos, que irão ajuda-las a desenvolver as habilidades cruciais técnicas, físicas e mentias para competirem na elite.”

Inicialmente, a temporada 2023 da nova categoria prevê a participação de cinco equipes, oriundas da Fórmula 2 e da Fórmula 3, cada uma delas com três carros – ao todo, um grid com 15 carros. O primeiro ano terá sete rodadas triplas, totalizando 21 corridas, além de 15 dias de testes oficiais. Ainda não há pilotas confirmadas.

O custo da temporada para cada carro será de cerca de 300 mil euros, sendo que a própria Fórmula 1 se compromete a pagar metade deste valor - o restante deve ficar a cargo das próprias equipes. Os carros contarão com chassis Tatuus T421, com motores Autotecnica turbo de 165 cavalos e pneus Pirelli. 

Bruno Michel, diretor executivo da Formula Motorsport Limited e responsável por administrar a F1 Academy, disse estar “muito animado” com o lançamento da nova categoria. Para o dirigente, “a diversidade é extremamente importante no automobilismo”, e a F1 Academy “provará que as pilotas têm o que é preciso para competir em alto nível”.

“Estou absolutamente convencido de que, se jovens mulheres receber a mesma quantidade de experiência de qualquer outro piloto, elas podem ter sucesso no caminho ao longo da pirâmide”, disse Michel. “Nosso objetivo é ver pilotas no grid da F3 nos próximos dois ou três anos, e que elas possam rapidamente brigar por pontos e pódios.”

A diretora de sustentabilidade da Fórmula 1, Ellen Jones, comemorou a novidade. Segundo ela, a F1 Academy é parte da estratégia de diversidade e inclusão lançada pela F1 em 2019, como um compromisso de “construir um esporte mais diverso e inclusivo, quebrando estereótipos associados à carreira no automobilismo e encorajando pessoas de todos os cenários a se envolver”.

“Nos últimos anos, temos feito importantes progressos nestas importantes questões dentro de nosso negócio e através do esporte. O anúncio de hoje é um compromisso muito importante, que irá assegurar a jovens pilotas a melhor oportunidade para começar a carreira no automobilismo profissional”, afirmou Jones.

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