A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) anunciou nesta quinta-feira (20) o aumento do valor máximo das multas que podem ser individualmente aplicadas na Fórmula 1.
A revisão faz parte de uma atualização de tabelas das multas de várias competições da FIA. No caso da F1, o valor passou de 250 mil euros (mais de R$ 1,3 milhão em valores atuais) para 1 milhão de euros (mais de R$ 5,3 milhões).
Em categorias como Mundial de Rali, WEC (Mundial de Resistência) e Fórmula E, o teto chega a 750 mil euros (R$ 4 milhões). Em outras competições, o valor máximo é de 500 mil euros (R$ 2,6 milhões).
De acordo com o Código Esportivo Internacional da FIA, as penas podem ser aplicadas a qualquer ente relacionado às competições: pilotos, equipes ou até mesmo eventos.
Segundo a entidade, o aumento nos valores faz parte de uma atualização para corrigir uma defasagem. Até então, os valores correntes haviam sido estabelecidos em 2011 – e, segundo a federação, “não refletem as necessidades atuais do automobilismo”.
Reações adversas e brincadeiras
Os pilotos reagiram de maneira negativa à atualização da FIA. Em entrevista coletiva, via de regra, a mudança foi bastante criticada.
“Eu gostaria de saber o que essa violação (passível de punição) pode ser. Um milhão! Se tocar uma asa traseira vale 50 mil euros, então eu gostaria de saber o que seria 1 milhão”, afirmou Max Verstappen, da Red Bull, punido em 50 mil euros após tocar a asa traseira da Mercedes de Lewis Hamilton durante o fim de semana do GP de São Paulo de 2021.
“Se vamos multar as pessoas em 1 milhão, então vamos nos assegurar que 100% do valor vá para uma causa. Há muito dinheiro nessa indústria e muito que precisamos em termos de criação de mais acessibilidade, mais diversidade, mais oportunidades para as pessoas que normalmente não têm a oportunidade de chegar a um esporte assim,” disse Hamilton.
“Alguns pilotos ganham menos do que isso, então isso é muito dinheiro”, argumentou Charles Leclerc, da Ferrari. “Assustador”, resumiu Daniel Ricciardo, da AlphaTauri.
Mas houve espaço para bom humor entre as críticas. “Isso soa ridículo”, reforçou Kevin Magnussen, da Haas. “Charles pode dar seu relógio. Mas eu iria desaparecer (se punido), nunca me achariam de novo”, completou, brincando.
