O presidente da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Mohamed Ben Sulayem, anunciou nesta quinta-feira (17) a saída de Michael Masi do cargo de diretor de provas da Fórmula 1.
A saída vem em meio ao que Ben Sulayem chamou de “plano” para “mudanças estruturais”. O australiano, que ficou no cargo por três temporadas, deve assumir um novo posto dentro da FIA.
Já a partir dos testes de pré-temporada em Barcelona (Espanha), entre os dias 23 e 25 de fevereiro, a função deve ser dividida pelo alemão Niels Wittich (ex-diretor de provas da DTM) e pelo português Eduardo Freitas (que exerceu a função no Mundial de Endurance). Herbie Blash auxiliará a dupla como conselheiro sênior permanente.
“Eu apresentei este plano completo aos membros do Conselho Mundial de Automobilismo e ao Senado (da FIA), que deram seus plenos suportes”, afirmou Mohamed Ben Sulayem.
“Com este plano, a FIA abre caminho para um novo passo à frente nas arbitragens da Fórmula 1. Sem estes árbitros, não há esporte. Respeito e apoio às decisões são a essência da FIA. É por isso que estas mudanças estruturais são cruciais em um contexto de forte desenvolvimento e de legítimas expectativas de pilotos, equipes, fabricantes, organizadores e, é claro, fãs”, completou.
A decisão levou em consideração as decisões encabeçadas por Michael Masi no Grande Prêmio de Abu Dhabi de 2021. Desde a prova, o australiano se tornou alvo de cobranças por decidir por uma relargada na última volta, sem os retardatários que separavam Lewis Hamilton (Mercedes) e Max Verstappen (Red Bull). O holandês não teve dificuldades para superar o britânico, vencer a prova e conquistar o título.
Segundo o presidente da FIA, as mudanças foram decididas após “detalhada análise dos eventos no último Grande Prêmio de Abu Dhabi e na temporada 2021”, recebendo apoio unânime de presidentes e chefes de equipes.
Em seu pronunciamento, Ben Sulayem afirmou que os procedimentos para que retardatários descontem voltas atrás do safety car – como aconteceu com os pilotos que estavam entre Hamilton e Verstappen em Yas Marina – “serão reavaliados pelo Comitê Consultivo Esportivo da F1 e apresentados à próxima Comissão da F1 antes do início da temporada”.
Decisões pacíficas
Além da saída de Masi, a FIA ainda anunciou a criação de uma Sala de Controle Virtual de Corridas, adotando um sistema semelhante ao do VAR no futebol, com registros realizados ao longo dos circuitos para ajudar o diretor de provas da F1 “a aplicar os regulamentos esportivos usando as mais modernas ferramentas tecnológicas”.
A FIA também decidiu cancelar as comunicações via rádio entre chefes de equipe e o diretor de provas, que até 2021 eram exibidas nas transmissões oficias de TV. Assim, a entidade acredita “proteger o diretor de provas de quaisquer pressões e permite a ele tomar decisões pacificamente”, diz Ben Sulayem. As equipes poderão questionar o diretor, mas seguindo um critério “bem definido e não-intrusivo”.