Há 30 anos, Ayrton Senna deixava o brasileiro órfão de um ídolo máximo no esporte e serviu de inspiração para a conquista do tetracampeonato mundial, nos Estados Unidos, como contou Ricardo Rocha e Bebeto, campeões com a Seleção Brasileira em 1994, em entrevista exclusiva para a Band.
Pouco menos de 2 meses para o início da Copa do Mundo de 1994, a Seleção Brasileira disputou uma amistoso no Parc des Princes, em Paris, na França, contra um combinado formado por jogadores do Paris Saint-Germain e do Bordeaux, além de Assis, irmão de Ronaldinho Gaúcho.
Antes da bola rolar, Ayrton Senna entrou em campo e foi ovacionado por brasileiros e franceses, e deu o pontapé inicial da partida. Fora de campo, o piloto tricampeão da Fórmula 1 conversou com os jogadores e demonstrou confiança de que o Brasil comemoraria um tetracampeonato naquele ano.
“O Brasil era tri e ele era tri. Então, a gente conversou com ele que iriamos ser tetra. Havia um pacto ali”, revelou Ricardo Rocha.
Apenas 11 dias depois desse encontro, Senna sofreu um grave acidente no Grande Prêmio de San Marino, em Imola, na Itália, e faleceu, provocando uma grande comoção no Brasil e no esporte mundial.
Como forma de homenagear o ídolo nacional, a Seleção Brasileira decidiu colocar em prática o que foi conversado com o piloto e conquistar a Copa do Mundo após 24 anos.
“Todo mundo colocou na cabeça que íamos ganhar aquele campeonato e dedicar para o Senna”, conta Bebeto.
Apesar da vontade de dar alguma alegria para o brasileiro que ainda digeria o luto pela morte de Senna, a Seleção Brasileira não chegada na Copa do Mundo como uma das favoritas, pelo contrário. O Brasil correu sério risco de não se classificar para o mundial durante as eliminatórias e garantiu a vaga somente na última rodada.
“A gente saiu do Brasil classificado, com empolgação, mas não era favorito. Então era jogo a jogo, pensávamos jogo a jogo. Como ele, que era corrida a corrida”, disse o ex-zagueiro Ricardo Rocha.
No final, deu tudo certo. O Brasil conquistou o tetracampeonato mundial em cima da Itália, nos pênaltis, e comemorou com uma faixa com os dizeres – ‘Sena... Aceleramos juntos, o tetra é nosso!’ – mas, assim como a conquista da Copa do Mundo, a confecção da faixa não foi fácil, como conta Ricardo Rocha.
“Aquela faixa demorou muito tempo para ser feita, porque ela veio do Brasil. Sabe como? Fax. Quebrava, ficava ruim, voltava. Olha, foi difícil”, revelou Ricardo Rocha.