F1: Wolff e Horner se estranham em coletiva sobre asa da Mercedes

Chefe da Red Bull sugeriu que a rival está utilizando um artifício ilegal para ganhar velocidade nas retas e cogitou fazer um protesto para a FIA

Da Redação

Wolff e Horner: climão entre os chefes de Mercedes e Red Bull no Catar F1
Wolff e Horner: climão entre os chefes de Mercedes e Red Bull no Catar
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O clima esquentou na coletiva de imprensa oficial desta sexta-feira (19), antes da realização da segunda sessão de treino para o Grande Prêmio do Catar. Os chefes da Mercedes e da Red Bull, Toto Wolff e Christian Horner, respectivamente, se estranharam quando o assunto em pauta foi a legalidade dos elementos dos carros.

Tudo começou quando Horner foi questionado sobre possíveis preocupações quanto à velocidade de reta dos carros da Mercedes. Nesse sentido, a escuderia alemã massacrou a Red Bull no Grande Prêmio de São Paulo, com quase 30 km/h de diferença média – o que impulsionou o ritmo de Lewis Hamilton.

“O nosso carro cumpre o regulamento? Absolutamente. Temos preocupações com a velocidade de reta da Mercedes que vemos desde Budapeste? Eles têm sido incríveis nas últimas corridas, sem dúvidas”, sugeriu Horner.

Wolff então rebateu o rival: “Acho que ninguém apareceria na pista com um motor ou uma asa traseira ilegal. O mundo é transparente demais para isso. E você ficaria irritado se tomar decisões que são ilegais em uma equipe com visibilidade tão grande”.

O maior rendimento da Mercedes pode estar relacionado a um dispositivo que controla a altura da asa traseira. O ajuste é feito de acordo com a aceleração do carro. Nas retas, por exemplo, a asa abaixa ao mesmo tempo que a aceleração aumenta – o que diminui o efeito do arrasto e melhora a aerodinâmica, permitindo o piloto atingir uma velocidade maior.

Apesar da escuderia alemã negar o mecanismo, ele tem se tornado visível nas corridas. Porém, não há um posicionamento da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) se o apetrecho é permitido, o que pode virar um protesto formal por parte da Red Bull.

“Se eu protestaria? Absolutamente. Se acreditamos que o carro não segue o regulamento, vamos protestar. A velocidade de reta que vimos no México e no Brasil, todos viram no Brasil que não é algo normal", afirmou Horner.

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O chefe da escuderia austríaca ainda completou: “O novo motor da Mercedes que trouxe um aumento de performance. Mas quando a diferença é de 27 km/h, e você vê as marcas na placa da asa traseira... É muito claro para nós o que está acontecendo. Então, claro, digo que depende da FIA dizer se é legal ou não. Se não for, você protesta se acha que o rival não cumpre as regras”.

Visivelmente impaciente, Toto Wolff ironizou o rival: “Sempre disse que é assim que se luta, você tenta impedir que o competidor tenha uma vantagem. Acho que essa asa em particular foi revisada pela FIA umas 14 vezes, eles têm todos os desenhos. Não há nada que a Red Bull espera encontrar lá. Se for o caso, ficaremos felizes em mandar cortar e podemos enviar uma para Milton Keynes [local da sede da Red Bull]”.

"Como você explica as marcas na asa traseira?", questionou Horner irritado. O CEO da Mercedes respondeu de forma categórica: "Acredito que esteja dentro do permitido".

Red Bull irá acompanhar a performance da Mercedes

Os títulos mundiais de pilotos e de construtores podem ser decididos pelos comissários da FIA. Isso porque a Red Bull pretende monitorar a performance da Mercedes nos GPs de Jeddah (na Arábia Saudita) e de Abu Dhabi (nos Emirados Árabes), onde a velocidade nas retas será decisiva.

Caso a escuderia austríaca considere que o ritmo dos carros de Lewis Hamilton e de Valtteri Bottas atinja um nível “acima do normal”, será realizado um protesto formal para que a asa seja investigada.

“Esperamos que a FIA faça um escrutínio, policie o esporte para garantir que todos os carros sigam o regulamento? É um documento complexo. Então dependemos muito da FIA para garantir que tudo seja ridiculamente justo”, declarou Christian Horner.

O chefe da Red Bull finalizou: “O que queremos nas provas finais é uma luta justa, independente de quem vencer no final, isso não deve acontecer na sala dos comissários, nem no tribunal, precisa acontecer na pista. E queremos garantir que nas últimas provas, os carros sejam ridiculamente policiados, cumprindo o regulamento, porque há muito em jogo”.

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