Verstappen, sobre futuro na F1: 'Não me vejo correndo no pelotão intermediário'

Holandês da Red Bull diz que pode deixar categoria caso não tenha carro competitivo a partir da adoção de novo regulamento em 2026

Da redação

A mudança de regulamento da Fórmula 1 a partir de 2026 será decisiva para Max Verstappen. O holandês tem contrato com a Red Bull até o final de 2028, e garante que pode deixar a categoria caso não tenha um carro competitivo sob as novas regras.

“Não imagino que uma equipe caia tanto, com tanta gente boa andando conosco. Sempre pode acontecer neste esporte que você não esteja indo bem como equipe. Então, trata-se de qual é a perspectiva. Mas, de fato, não me vejo correndo no pelotão intermediário por três anos. Aí eu prefiro ficar em casa ou fazer outra coisa”, disse o bicampeão, em entrevista publicada no fim de semana pelo jornal holandês De Telegraaf.

Apesar do tom de cobrança, Verstappen diz não acreditar em uma queda de rendimento da Red Bull após a temporada 2025. E mesmo caso isso aconteça, o bicampeão indica que não pensa se transferir para uma rival, já que não cogitou pilotar por outra equipe antes dos primeiros títulos mundiais.

“Muita coisa aconteceu dentro da equipe ao longo dos anos. Basta olhar para a mudança de fornecedor de motores (no fim de 2018), da Renault para a Honda, e a maneira como eles agora estão trabalhando em seu próprio motor. Sempre havia algo pelo que esperar. Esse foi o fator decisivo para estender meu contrato”, afirmou.

Mudar ou não mudar?

Max Verstappen lidera o Mundial de pilotos com 314 pontos, contra 189 de Sergio Pérez. E mesmo sabendo que o público espera uma disputa mais parelha por vitórias e títulos na F1, o holandês não se mostra preocupado.

“No passado, eu nunca poderia imaginar que alcançaria esse sucesso. Sonhava em chegar à Fórmula 1 e quem sabe um dia pilotar por uma equipe de ponta. É para isso que sempre trabalhei. Se as pessoas agora começarem a gritar que é chato, que seja. Também conheço o outro lado da moeda. Não acho nada chato”, disse Verstappen – que, no entanto, não afasta a possibilidade de mudanças na categoria.

“Não é que eu seja totalmente contra a mudança, como às vezes se diz. Mas devem ser ajustes que beneficiem a Fórmula 1. Por que você tem que mudar certas coisas quando as coisas estão indo bem? Acho que uma sessão de qualificação no formato tradicional está ótima deste jeito. Não deve ser apenas sobre dinheiro”, declarou também, em crítica às corridas sprint.

Ao jornal, Max Verstappen indicou ainda descontentamento com o calendário da F1, embora diga que “esse não é o maior problema”. Para o holandês, a preocupação da categoria com lucros afeta os pilotos dentro e fora das pistas.

“Não deve ser apenas sobre o dinheiro”, disse. “No fim das contas, não se trata disso. As pessoas podem pensar: ‘Ele ganha muito dinheiro, o que esse cara está reclamando?’. Mas é sobre bem-estar, como você vive as coisas e não quanto você ganha. Às vezes acho que tenho que fazer muitas coisas e não fazê-las. Aí às vezes eu penso: isso ainda vale a pena?”

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