A Fórmula 1 divulgou nesta terça-feira (16) novas imagens do duelo entre Max Verstappen (Red Bull) e Lewis Hamilton (Mercedes) na volta 48 da corrida realizada no último domingo (14), no Autódromo de Interlagos, pelo Grande Prêmio de São Paulo. E aparentemente as câmeras trouxeram uma nova perspectiva do incidente para a Mercedes.
As novas imagens mostraram que Verstappen espalhou o carro na curva da Descida do Lago, quase provocando um acidente que foi evitado por Hamilton. Os dois pilotos saíram da pista.
Verstappen não foi punido, mas, na tarde desta terça-feira, a Mercedes entrou com um “Direito de Revisão” do incidente e a medida foi anunciada via redes sociais.
“A Mercedes-AMG Petronas Team confirma que solicitou hoje um Direito de Revisão nos termos do artigo 14.1.1 do Código Desportivo Internacional, em relação ao incidente da Curva 4 entre o carro 44 [Hamilton] e o carro 33 [Verstappen] na volta 48 do Grande Prêmio do Brasil, com base em novas evidências antes indisponíveis para os comissários no momento da decisão”, diz a nota da escuderia.
O diretor de corridas da FIA (Federação Internacional de Autobilismo), Michael Masi, admitiu nesta segunda-feira (15) que não recebeu as imagens da câmera onboard de Max Verstappen no momento da corrida.
“Não foi obtida ainda, mas foi requisitada. As câmeras das transmissões são basicamente tudo o que temos acesso durante a semana”, revelou.
Diante das imagens disponíveis, Masi também relatou que o princípio utilizado pelos comissários ao tomar a decisão de não prosseguir com as investigações foi de “deixá-los correr”, mas que o julgamento poderia ser alterado de acordo com as novas gravações fornecidas pelos detentores dos direitos de transmissão.
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“Obviamente foi baixada, e assim que o fizermos, e uma vez que os detentores dos direitos comerciais nos forneçam, vamos olhar. A câmera frontal, a de 360°, todos os ângulos de câmeras que não pegamos ao vivo serão baixadas e vamos analisá-las após a corrida”, afirmou.
Os comissários agora se reunirão com representantes da Mercedes para avaliarem as novas evidências. Caso Verstappen seja considerado culpado, há duas possibilidades de punição: cinco segundos no resultado final de Interlagos – o que faria o holandês cair para a terceira colocação e perder três pontos, reduzindo para 11 a diferença no campeonato de pilotos para Hamilton, segundo colocado – ou também a perda de posições no grid de largada do próximo Grande Prêmio – que será realizado no Catar.
Não está descartada também apenas uma advertência ao holandês.
Revolta da Mercedes começou no domingo
A escuderia alemã reclamou bastante da manobra de Verstappen e principalmente da decisão da FIA de não aplicar qualquer punição ao piloto holandês. Em entrevista aberta após a corrida, Toto Wolff, CEO da Mercedes, disse que os comissários se eximiram do julgamento.
“Absolutamente um centímetro acima do limite. Eu entendo que Max precisava se defender, mas Lewis conseguiu brilhantemente evitar o contato e assim terminar a corrida. Isso foi um pouco além do limite, deveria ter sido uma penalidade de pelo menos cinco segundos. Provavelmente, Max sabia disso. Limpar a sujeira para debaixo do tapete é só a ponta do iceberg. Quer dizer, é ridículo”, esbravejou.
Na volta 59, após Lewis Hamilton conseguir ultrapassar Max Verstappen e assim assumir a liderança da corrida, Wolff apontou para a câmera de transmissão oficial e mandou um recado para Michael Masi.