F1: Temporada 2021 tem maior número de pilotos no pódio desde 2008

Números de 2021 contrastam com os das temporadas neste século, o que indica a volta da competitividade que foi vista nas cinco primeiras décadas da história da categoria

Da Redação

Alonso comemora terceiro lugar no Catar
F1

O terceiro lugar de Fernando Alonso no Grande Prêmio do Catar, realizado no último domingo (21), estabeleceu uma marca importante para a competitividade da Fórmula 1: a temporada deste ano é a que mais teve pilotos no pódio desde 2008.

Ao todo, 13 competidores terminaram entre as três primeiras colocações nos 20 GPs realizados em 2021, faltando duas etapas para o encerramento.

Pilotos que subiram ao pódio da F1 em 2021 (em 20 GPs):

  • Max Verstappen (Red Bull)
  • Sergio Pérez (Red Bull)
  • Lewis Hamilton (Mercedes)
  • Valtteri Bottas (Mercedes)
  • Lando Norris (McLaren)
  • Daniel Ricciardo (McLaren)
  • Carlos Sainz (Ferrari)
  • Charles Leclerc (Ferrari)
  • Esteban Ocon (Alpine)
  • Fernando Alonso (Alpine)
  • Pierre Gasly (AlphaTauri)
  • Sebastian Vettel (Aston Martin)
  • George Russell (Williams)

O número contrasta com as temporadas realizadas neste século. De 2001 a 2021, 10 temporadas tiveram menos de 10 pilotos no pódio – para se ter uma ideia, de 1950 a 2000, apenas cinco anos alcançaram esta marca negativa.

A evolução dos carros e da mecânica, sem privilegiar a aerodinâmica, a emoção e as ultrapassagens fizeram com que a Fórmula 1 se tornasse mais monótona, menos surpreendente e dominada por algumas escuderias e por alguns pilotos.

Nos anos 10, por exemplo, em três temporadas apenas sete pilotos chegaram ao pódio: 2011, 2017 e 2018. Também foram registrados três anos com oito: 2010, 2013 e 2019. E uma temporada, 2016, fechou com nove pilotos que passaram pelo pódio. O melhor ano foi 2012 com 13. Mas a média dos anos 10 é ruim: cerca de 9 pilotos no pódio por ano.

Alonso comemora 3º lugar no GP do Catar; assista:

Neste período de pouca mobilidade entre os protagonistas, alguns personagens se destacaram: Sebastian Vettel e Lewis Hamilton (os únicos a aparecerem em todas as temporadas), Valtteri Bottas, Daniel Ricciardo, Sergio Pérez, Kimi Räikkönen, Nico Rosberg, Felipe Massa e Fernando Alonso. Poucas vezes os pódios tiveram outros integrantes senão esses.

A cultura do “Drive To Survive” e as adaptações no regulamento de carros da Fórmula 1 fizeram com que uma nova era fosse iniciada. Já em 2020, 13 pilotos chegaram ao pódio e a marca foi repetida – e pode aumentar – em 2021.

2008: o grande destaque no século 21

A temporada de 2008 se destacou pelo equilíbrio. O título mundial de pilotos só foi decidido na última curva do Grande Prêmio do Brasil, em Interlagos, com Lewis Hamilton superando Felipe Massa.

Foram 14 pilotos que chegaram ao pódio naquela temporada (até então, o recorde do século).

Pilotos que subiram ao pódio da F1 em 2008:

  • Lewis Hamilton (McLaren)
  • Heikki Kovalainen (McLaren)
  • Kimi Räikkönen (Ferrari)
  • Felipe Massa (Ferrari)
  • Nick Heidfeld (Sauber)
  • Robert Kubica (Sauber)
  • Fernando Alonso (Renault)
  • Nelsinho Piquet (Renault)
  • Jarno Trulli (Toyota)
  • Timo Glock (Toyota)
  • Sebastian Vettel (Toro Rosso)
  • Rubens Barrichello (Honda)
  • Nico Rosberg (Williams)
  • David Coulthard (Red Bull).

Outras quatro temporadas, além de 2021, registraram 13 pilotos no pódio: 2005, 2009, 2012 e, como citado anteriormente, 2020.

A história da F1: rotatividade no pódio

O que aconteceu nos últimos anos foi incomum para a história da Fórmula 1. No século passado (1950-2000), a média era de aproximadamente 12 pilotos que por ano conseguiam alcançar o pódio.

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Os anos 60, 70 e 80 foram muito movimentados para a categoria. Neste período, marcas positivas foram alcançadas como 14 em 1974 e 1977; 15 em 1970; 16 em 1960; e 17 em 1968.

Mas nada supera 1982, quando 18 pilotos conseguiram alcançar o pódio, o recorde de todas as 72 temporadas da Fórmula 1 e que dificilmente será batido.

Pilotos que subiram ao pódio da F1 em 1982:

  • Didier Pironi
  • Keke Rosberg
  • John Watson
  • Alain Prost
  • René Arnoux
  • Riccardo Patrese
  • Niki Lauda
  • Patrick Tambay
  • Eddie Cheever
  • Nelson Piquet
  • Michele Alboreto
  • Carlos Reutemann
  • Nigel Mansell
  • Gilles Villeneuve
  • Andrea de Cesaris
  • Elio de Angelis
  • Jacques Laffite
  • Mario Andretti

Entretanto, é importante fazer duas observações: de 1950 a 1960, a realização das 500 milhas de Indianapolis no calendário da F1 inflava os números de pódios; e até os anos 90, as equipes podiam ter mais de dois pilotos – por isso as temporadas atingiam, muitas vezes, 40 competidores.

2022 será ainda mais competitivo?

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) irá aplicar novas regras no regulamento de carros para 2022. Por exemplo, haverá um teto de gastos de 145 milhões de dólares para todas as escuderias. Isso possivelmente deixará a categoria mais competitiva, como ressaltou Fernando Alonso após a vitória no Catar.

“Em 2022 todos terão as mesmas cartas, por isso temos de jogar de forma mais inteligente e, com sorte, fazer um carro rápido. Se estivermos nessa posição, eu me sinto forte e pronto para enfrentar a batalha”, disse o espanhol.

As mudanças e o pódio deixaram Alonso otimista para 2022. “Tive momentos maravilhosos há dois, três anos, ao vencer Le Mans, vencer o título do WEC, mas obviamente voltando agora, na preparação para 2022 e diante do novo regulamento, ter esse pódio agora é muito bom”, concluiu.

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