Fundador da XP Inc., parceira da Aston Martin na Fórmula 1, Guilherme Benchimol explicou no podcast PodVir com Glenda, com Glenda Kozlowski e Virna Dias, por que Felipe Drugovich é o brasileiro mais próximo da categoria.
Na visão do empresário, o piloto de 23 anos tem muito talento e faz uma preparação especial para chegar ao grid da F1. Atualmente, o paranaense é reserva da Aston Martin.
“E eu já conhecia o Felipe [Drugovich]. Ele é um talento nato, ganhou tudo que competiu, além de ser um garoto extraordinário. Eu fui ver uma corrida dele de Fórmula 2 e eu reparei que ele era fora de série. Sabe por quê? Porque a minha equipe de rally, que não é nada demais, é melhor do que a equipe dele na época de F2. E ele competiu na F2 contra Alpine, Williams, Red Bull. A equipe dele era uma equipe improvisada, mas ele ganhava no braço. Eu tive uma conexão com ele e veio a sensação de que tinha um talento, um diamante a ser lapidado ali. Teve uma química com a Aston Martin também”, afirmou Guilherme Benchimol no PodVir.
O dono da XP Inc. também contou no podcast que Felipe Drugovich fez mais de 10 treinamentos em pista na última temporada.
Ele explicou que pilotos reservas geralmente só fazem testes no simulador, o que mostra o comprometimento do brasileiro.
“O Felipe está treinando muito, no último ano treinou bastante. Quando você fica na reserva, geralmente você treina só no simulador. Mas a gente conseguiu fazer algo diferente, ele fez mais de 10 treinos. E está com muita vontade. Vai chegar a hora dele”, disse.
Quem é Felipe Drugovich?
Paranaense de Maringá, Felipe Drugovich, de 23 anos, foi campeão da Fórmula 2 com a MP Motorsport em 2022. Assim, entrou no radar da Fórmula 1, que não tem um brasileiro titular desde que Felipe Massa deixou a categoria, no fim de 2017.
O pai de Drugovich, Fernando Roncato, morreu em 2010 em um acidente de moto. Felipe tinha 10 anos e corria de kart à época.
Felipe não é o primeiro da família a ganhar destaque no automobilismo. O tio, Oswaldo Drugovich Júnior, foi bicampeão da Fórmula Truck (1997 e 1998).
Ao longo das categorias de base na modalidade, Felipe Drugovich teve companheiros de equipe com sobrenomes bem conhecidos. Na temporada 2017 da Fórmula 3 europeia, por exemplo, correu na equipe Van Amersfoort Racing ao lado de Pedro Piquet (filho de Nelson Piquet) e Harrison Newey (filho de Adrian Newey).
Em 2018, na Eurofórmula Open, dividiu os boxes da RP Motorsport com David Schumacher (filho de Ralf, sobrinho de Michael e primo de Mick). Na Fórmula 2, em 2020, correu na MP Motorsport com Giuliano Alesi (filho de Jean Alesi).
Campeão da Fórmula 2 em 2022 com a MP Motorsport, Felipe Drugovich também já venceu Eurofórmula Open na temporada 2018.
Por falar na Eurofórmula, o brasileiro teve um domínio raro de se ver no automobilismo no campeonato de 2018: em 18 corridas, o paranaense venceu 16 – e foi segundo nas outras duas. O título veio com incríveis 405 pontos, contra 246 do holandês Bent Viscaal.
Sem integrar programas de formação de pilotos das equipes de Fórmula 1 até 2022, Felipe Drugovich tinha como principais patrocinadoras a Drugovich Autopeças, empresa de componentes automotivos, e a Jaloto & Drugovich, transportadora da qual é um dos sócios desde 2021. Desde então, ganhou o apoio da holding XP Investimentos e da seguradora Porto Seguro.
Fora das pistas, Felipe Drugovich conta com um apoio forte: Amir Nasr, responsável pela equipe que leva o próprio nome e que já consagrou pilotos em categorias como Fórmula 3 e Stock Car. Tio de Felipe Nasr, Amir é amigo de longa data da família Drugovich, e atua como um conselheiro do piloto nos bastidores.
Chances na Fórmula 1
Drugovich chamou atenção depois do título na Fórmula 2. Campeão em 2022 da principal categoria de base, o brasileiro assinou contrato e é um dos reservas da Aston Martin desde o ano passado.
No final da temporada 2023, criou-se a expectativa de que Felipe poderia conseguir uma vaga fixa na F1.
O espaço no grid não veio, mas Drugovich segue no radar da categoria para 2025, especialmente porque Lewis Hamilton irá para a Ferrari e isso provocará mudanças em algumas equipes.
O brasileiro pode conseguir uma brecha em meio à ‘dança das cadeiras’ que será provocada com a saída do heptacampeão da Mercedes.