Nelson Piquet pediu desculpas nesta quarta-feira (29) pela expressão racista usada para se referir a Lewis Hamilton em uma entrevista de 2021.
Em comunicado em inglês à imprensa internacional, o tricampeão de Fórmula 1 afirmou condenar “toda qualquer sugestão” de que a palavra usada fazia referência de forma depreciativa ao heptacampeão.
“Eu nunca usaria a palavra da qual tenho sido acusado em algumas traduções”, afirmou.
Ainda de acordo com o brasileiro, o termo é historicamente usado de maneira coloquial no português do Brasil para se referir a outras pessoas, sem que houvesse intenção de ofender.
A declaração de Piquet gerou uma forte onda de repúdio na Fórmula 1. Pilotos como George Russell (Mercedes), Charles Leclerc (Ferrari), Esteban Ocon (Alpine) e Daniel Ricciardo (McLaren) saíram em defesa de Lewis Hamilton. No Twitter, o próprio Hamilton pediu a mudança do que classificou como “mentalidades arcaicas”. Em notas, a Mercedes, a F1 e a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) criticaram Piquet.
“Peço desculpas de coração a todos que foram afetados, incluindo Lewis, um incrível piloto, mas a tradução em alguns veículos, agora circulando nas redes sociais, é incorreta”, argumentou.
“Não há lugar para discriminação na F1 ou na nossa sociedade, e estou contente em esclarecer o que quis dizer a esse respeito”, encerrou.
O comunicado, no entanto, chega no momento em que a imprensa internacional especula a possibilidade de Piquet ser banido dos autódromos da Fórmula 1. O site Motorsport.com diz que o brasileiro não terá mais a entrada em paddocks permitida, enquanto o jornal London Evening Standard que a restrição só se aplicaria à etapas de 2022, e seria descartada no caso de um pedido de desculpas.
Confira na íntegra a tradução da nota divulgada por Nelson Piquet:
Eu gostaria de esclarecer a história que tem circulado na mídia a respeito de um comentário que fiz em uma entrevista no ano passado.
O que eu disse foi mal pensado, e não há defesa para isso. Mas gostaria de esclarecer que o termo usado é historicamente usado de forma coloquial no português brasileiro como um sinônimo de rapaz ou pessoa, mas sem a intenção de ofender. Eu nunca usaria a palavra da qual tenho sido acusado em algumas traduções. Condeno toda e qualquer sugestão de que a palavra que usei tenha sido direcionada de forma depreciativa ao piloto por causa da cor de pele dele.
Peço desculpas de coração a todos que foram afetados, incluindo Lewis, um incrível piloto, mas a tradução em alguns veículos, agora circulando nas redes sociais, é incorreta. Não há lugar para discriminação na F1 ou na nossa sociedade, e estou contente em esclarecer o que quis dizer a esse respeito.