Fórmula 1

Você sabe como Ayrton Senna e Reginaldo Leme se conheceram?

Comentarista lembra de quando piloto se apresentou em 1982, após vencer corrida na Alemanha

Da redação

Ao longo de anos, a relação entre Ayrton Senna e Reginaldo Leme não se resumiu ao contato entre piloto e jornalista. Os dois se tornaram amigos ainda no início da década de 1980, quando um jovem Ayrton Senna iniciava a trajetória no automobilismo europeu.

Quem conta é o próprio Reginaldo Leme, comentarista do Grupo Bandeirantes de Comunicação, em edição especial do programa Cola no Grid que vai ao ar em 1º de maio, data que lembra os 30 anos da morte de Senna.

Segundo o jornalista, os dois se conheceram em agosto de 1982, às vésperas do Grande Prêmio da Alemanha de Fórmula 1. Na época, Senna disputava os campeonato britânico e europeu de Fórmula Ford 2000, e havia vencido a etapa alemã do certame continental – uma das seis vitórias em oito provas na disputa daquele ano.

“Ele ganhou a corrida de Fórmula Ford 2000. Eu assisti à vitória dele, ele recebeu o troféu das mãos do Emerson Fittipaldi, que estava lá visitando. Aí voltei para minha sala de imprensa para fazer meu trabalho de Fórmula 1, que era o que estava lá para fazer – escrever, gravar, aquela coisa toda. Não mais vi o Ayrton depois daquilo”, disse.

Depois daquela primeira impressão, Reginaldo pôde conversar com Ayrton Senna em Heidelberg, cidade a cerca de 30 km de Hockenheim, onde ambos estavam hospedados. Na ocasião, o piloto de 22 anos aproveitou a curta distância entre os hotéis para procurar o jornalista, a quem queria se apresentar.

“É uma corrida em que estavam minha mulher e minha filha comigo. Era um hotel bem simples. Ele subiu a escada e bateu na porta do meu quarto. Minha mulher atendeu e falou: ‘Puxa, ele não chegou ainda, mas se você quiser, pode esperar aí que ele deve estar chegando’”, descreve Reginaldo.

“Ele desceu até o saguão. Imagine um saguão simples: pequeno, um sofá, duas cadeiras, uma mesinha velha... Ele ficou sentado lá, esperando, esperando eu chegar. Quando eu cheguei, ele me disse assim: ‘Olha, eu sou o Ayrton Senna’. Eu comecei a dar risada. ‘Eu sou o Ayrton Senna, vim aqui para me apresentar a você. Eu gosto do seu trabalho e espero que você goste do meu.’ Essas coisas desse tipo”, completou.

Segundo o comentarista, aquele encontro “foi um momento muito especial”. A partir daí, os dois iniciaram “uma amizade muito forte”, que só passaria por problemas quando Senna já era campeão de Fórmula 1.

Mas antes mesmo de o piloto chegar à F1, Reginaldo garante que já era possível perceber que se tratava de alguém diferenciado.

“Eu comecei a conhece-lo e a perceber muito rapidamente o quanto se escondia atrás daquele ser introspectivo, um garoto simples, um grande campeão. Pouco tempo depois, eu continuava conversando com ele - eu morava em Londres e ele também, ao redor de Londres, e a gente falava muito e eu ficava impressionado. Eu me perguntava: onde esse cara vai buscar toda essa certeza de que vai ganhar corridas e ganhar campeonatos? Não passava essa dúvida pela cabeça dele”, conta.

Edição especial do Cola no Grid lembra os 30 anos sem Ayrton Senna

Em homenagem aos 30 anos da morte de Ayrton Senna, o Cola no Grid terá uma edição especial no dia 1º de maio: o comentarista Reginaldo Leme traz histórias especiais dos quase 15 anos de amizade com o tricampeão de Fórmula 1 – inclusive com bastidores que você talvez não conheça.

Do início de carreira na Europa ao acidente fatal no GP de San Marino de 1994, passando pelo desentendimento entre os dois no início da década de 1990, Reginaldo dá detalhes da trajetória de um dos mais importantes nomes da história do esporte mundial.

A edição especial do programa Cola no Grid vai ao ar em 1º de maio, no Band.com.br e no Bandplay.

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