Como a mudança da programação do GP de São Paulo afetou a preparação dos pilotos?

Qualificação aconteceu na manhã de domingo; pilotos acordaram mais cedo e mal tomaram café da manhã

Por Emanuel Colombari

Pouca comida e um bocado de café: o combustível dos pilotos no domingo de manhã
Pedro Lopes/Band

O Grande Prêmio de São Paulo teve uma programação que, se não foi inédita, foi certamente um tanto quanto inusitada. Diante das chuvas do sábado (2), tanto a qualificação quanto a corrida precisaram acontecer no domingo (3).

Pode parecer uma mudança simples, mas não é. A alteração afeta ainda a programação de categorias de apoio do fim de semana – no caso de Interlagos, a Porsche Cup e a Fórmula 4 Brasil. Do lado dos pilotos, impacta diretamente na preparação para a corrida.

Não é pouca coisa. Com a qualificação marcada para as 7h30 do domingo, os horários de sono tiveram que se adaptar. E o café da manhã também não passou ileso.

“Acho que meu despertador estava programado porá 5h10. Não é uma visão das mais bonitas quando você tem que programar isso pela manhã. Mas acho que eu já estava com sono (no sábado) às 21h. Tive minha melhor noite de sono de toda a semana, o que eu não estava esperando”, afirmou Lando Norris, que largou da pole position.

“Normalmente eu não como nada no domingo (de manhã). Também não tomo café, então eu não tinha nada me pesando muito. Talvez por isso eu tenha tido um começo devagar (na qualificação). Comi um sanduíche de Nutella, e foi só. Então, nada muito diferente. Provavelmente eu esperava (um impacto) pior (das mudanças). Mas acho que, assim que você entra no carro, seu cérebro vira a chave, e você meio que vai para o modo corrida. A adrenalina te pega. Mudou um pouco, é claro. Você normalmente comeria ótimos ovos com torradas. Mas, nesta manhã (de domingo), o sanduíche de Nutella foi o suficiente”, acrescentou o britânico da McLaren.

O compatriota George Russell, da Mercedes, admite que sentiu um pouco mais o relógio biológico no domingo.

“É um pouco estranho, definitivamente. Depois da qualificação, parece ser de tarde. Você olha para o relógio, ele marca 9h30. Mas assim como Lando, meio que não tomei café da manhã. Tomei meu café padrão – o que, em um estômago vazio, deixou o começo do Q1 um pouco imprevisível. Então, acho que vou fazer isso na próxima qualificação de domingo”, brincou.

Surpresa da qualificação com o terceiro lugar no grid de largada, Yuki Tsunoda foi além na brincadeira. No que depender do japonês da Racing Bulls, a Fórmula 1 pode trocar as classificações para os domingos, sem problema.

“Eu consegui o melhor grid de largada de minha carreira, então eu preferiria sempre o qualifying às 7h30”, disse Tsunoda. “No Q1, eu tive um bom ritmo. Então, provavelmente a preparação foi boa. Eu tomei muito café, muita cafeína. Isso me deixou bastante empolgado no Q3, mas isso foi bom.”

Chuvas forçaram mudanças desde 2004

Talvez você não se lembre, mas a Fórmula 1 teve algumas qualificações aos domingos nos últimos 20 anos – todas elas impactadas pelas chuvas.

No GP do Japão de 2004, a sessão foi adiada em decorrência de um tufão que atingiu a região de Suzuka. Michael Schumacher largou da pole position e venceu.

Suzuka também foi palco de duas poles dominicais de Sebastian Vettel, em 2010 e 2019, em sessões também remarcadas por questões meteorológicas. O GP da Austrália 2013 foi mais uma qualificação remarcadas com o tetracampeão na pole position.

Por fim, o GP dos Estados Unidos de 2015, quem levou a melhor foi Nico Rosberg. O alemão da Mercedes foi pole, mas terminou em segundo lugar.

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