Pagar R$ 13,50 em uma cerveja não espanta o público nas arquibancadas do Grande Prêmio de São Paulo - embora o pessoal reconheça que o preço não é dos mais convidativos.
Às 8h, Thiago Gonçalves já estava na arquibancada com um copo de cerveja nas mãos. Gerente geral de uma construtora em Marabá (PA), o torcedor chegou a São Paulo no dia 2 e fica na cidade até a próxima quinta-feira (18).
“Peguei um recesso na empresa e o chefe liberou”, contou Thiago, de 25 anos, que madrugou para acompanhar a programa deste sábado (13). “Cheguei às 6h e esperei o portão abrir.”
Sem nem tomar café da manhã no hotel, já que a refeição era servida no local a partir das 6h30, Thiago começou o dia com a cerveja. Na véspera, segundo ele, o gasto com os copos foi de cerca de R$ 200.
“A meu ver, está um pouco caro. R$ 13,50 em uma cerveja, R$ 9 em um refrigerante de lata”, disse o torcedor ao lado dos amigos que fez desde a véspera no setor A das arquibancadas. “Nem no aeroporto está assim. No aeroporto você paga R$ 7 a cerveja.”
Embora Thiago não fosse o único torcedor tomando cerveja nas primeiras horas da manhã, a tarefa de conseguir um copo talvez não fosse tão simples.
“A gente recebeu a orientação de vender só depois das 11h. Ele deve ter pego com quem não sabia”, disse Gabriel Marques, vendedor em um dos quiosques.
Ao lado do também vendedor Alef Luís Gonçalves Gomes, Gabriel contou que nem o preço alto afasta o torcedor sedento por cerveja. Na véspera, contou, vendeu o conteúdo de três freezers.
Mas é claro que tem torcedor que dá uma pechinchada - sem sucesso. “Muito difícil, mas às vezes dá uma chorada”, diz Gabriel.
Em comum, eles reclamaram ainda de outras questões - tumultos nas filas, ingressos em papel e falta de fiscalização contra a Covid-19. “Ninguém checou se eu tinha tomado vacina”, reclamou.