Colapintomania transforma Interlagos, e argentinos torcem 'em casa' no GP de São Paulo

Franco Colapinto vira sensação com a Williams e leva milhares de argentinos à loucura na Fórmula 1

Por Emanuel ColombariGabriela Santos

Colapintomania transforma Interlagos, e argentinos torcem 'em casa' no GP de São Paulo
Expectativa é de até 10 mil torcedores da Argentina em Interlagos no domingo
Band

A expectativa da organização do Grande Prêmio de São Paulo era receber 2 mil torcedores argentinos na edição 2024 da prova. No entanto, antes mesmo da prova do fim de semana, o cálculo já havia sido refeito, com uma estimativa de 2,5 mil visitantes da Argentina na sexta-feira (1) no Autódromo de Interlagos. E pode não ficar por aí: com voos incessantes entre Buenos Aires e Guarulhos, a imprensa argentina fala em até 10 mil torcedores em Interlagos neste domingo (3).

A explicação da euforia tem nome e sobrenome: Franco Colapinto, piloto argentino que assumiu uma vaga na Williams a partir do GP da Itália, substituindo o norte-americano Logan Sargeant. Nas quatro primeiras provas, Colapinto já provocou sensação, somando cinco pontos e entrando no radar de diversas equipes para 2025 - não na própria Williams, que terá Alexander Albon e Carlos Sainz.

Embora as bandeiras da Argentina sejam facilmente vistas nas arquibancadas a cada visita da Fórmula 1 ao Brasil, a quantidade impressiona no GP de São Paulo 2024.

“A cultura do automobilismo na Argentina é crucial. Termos um representante de nosso país na pista é incrível. Estamos muito felizes, temos muitos argentinos aqui. Queremos que Franco vá bem e que possa até ser campeão do mundo”, disse um torcedor em depoimento ao Band.com.br.

“A importância de Franco é o frescor que ele representa. Precisávamos também de um ídolo na Fórmula 1, já que não tínhamos. E Franco, com sua simpatia, com seu jeito de ser, está conseguindo o que todos os argentinos queríamos”, disse um outro fã do país vizinho.

A conexão é mútua. Mesmo estando a mais de 2 mil quilômetros da cidade natal, Pilar, Colapinto se sentiu especialmente em casa ao longo do fim de semana em São Paulo.

“É minha primeira vez correndo no Brasil. Estar tão perto de minha cidade natal, da Argentina, é muito especial. É a corrida mais próxima que tenho desde que comecei a pilotar, então será algo muito único. E é uma pista com muita história e muito legado no automobilismo, então será ótimo”, afirmou o jovem piloto em entrevista coletiva na quinta-feira (31).

Abaixo apenas de Messi

Mesmo nos bastidores, Franco Colapinto mudou o cenário do GP de São Paulo em 2024. Na sala de imprensa, a presença de jornalistas argentinos era superior ao que foi visto nos últimos anos. Via de regra, o principal tema debatido entre eles era o futuro do compatriota no grid.

Para Sabrina Faija, enviada do jornal Clarín, este é um momento “de muita loucura, muita emoção”. “É algo que contagia as pessoas, mais do que os jornalistas. O jornalismo meio que absorveu isso. Há muito interesse, mas, no princípio, dávamos a informação dele na Fórmula 3, na Fórmula 2, e não havia a repercussão de quando chegou na Fórmula 1. Havia interesse de mães, de meninas que nunca haviam visto automobilismo, crianças, gente mais velha… E para os mais velhos, despertou muito a emoção de reviver os tempos de Lole Reutemann”, explicou.

“A realidade é que é muito forte o impacto tão rápido que ele teve. A Argentina sempre foi um país ferrenho no automobilismo - de fato, é o segundo ou terceiro esporte mais popular do país, atrás do futebol. E precisava ter um piloto de referência na categoria máxima. Quando Franco estava competindo na Fórmula 2, havia muitas pessoas que vinham se juntando às transmissões, mas isso mudou completamente a balança. Hoje em dia, nós analisamos talvez um pouco alto em nossa imaginação, mas está abaixo de Lionel Messi como a segunda figura do presente do esporte argentino”, acrescentou Rodrigo Ayrton, repórter do jornal esportivo Olé.

À espera de uma vaga

O chefe de equipe da Williams, James Vowles, não decepcionou. Também em entrevista coletiva, o dirigente encheu o pupilo de elogios, indicando esforços para contar com ele no grid no futuro.

“Estou muito orgulhoso de Franco. Obviamente, nós trabalhamos juntos há pouco tempo, não tanto quanto eu gostaria com a maioria dos jovens pilotos, mas um período razoável. E vi que ele cresceu demais nos últimos dois anos. Para mim, é uma recompensa como indivíduo, um jovem que tem tido um desempenho absolutamente incrível. Ver a base de fãs dele aqui é excepcional”, afirmou Vowles.

“O melhor que eu realmente posso dizer a vocês é que estamos trabalhando ativamente com equipes que estão interessadas e tentando encontrar o acerto correto que ajude Franco, que proteja Franco também e que proteja todas as partes”, acrescentou.

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