Em entrevista exclusiva ao Show do Esporte, o chefe de equipe de Haas, Gunther Steiner, explica os principais motivos para o Brasil não ter mais nenhum representante na Fórmula 1. O engenheiro italiano também conta um pouco sobre sua história na categoria, passando pela Jaguar e Reb Bull antes de assumir a scuderia de Gene Haas, além de contar sobre os alta e baixos da equipe em 2023.
Gunther faz uma retrospectiva da equipe americana em 2023 e comenta sobre as dificuldades de correr atrás do prejuízo ao longo da temporada.
“O ano começou muito bem e depois nós não conseguimos manter o desenvolvimento do carro ao longo do ano. A degradação de pneus é muito maior aqui em Interlagos e quando nós percebemos isso, já era muito tarde para desenvolver algo para resolver isso. O ruim é você começar bem, não conseguir desenvolver o carro ao longo do ano, mudar o conceito e isso não dar resultado. A gente continua aprendendo com o carro, mas acontece. Alguém tem que ser o último”.
O engenheiro italiano fala sobre sua história no mundo automotivo, que começou em 1986.
“Eu comecei no mundo automotivo em 1986, faz muito tempo isso. Mais de 40 anos nesse meio. Quando se está nesse meio, do esporte a motor, você tem que conhecer muitas pessoas, tem que saber para onde ir, tem que conhecer os negócios, os jogadores, os participantes e você tem que ter um posicionamento forte. É muito fácil você ser chefe de equipe se você está ganhando, mas quando você não está ganhando é muito difícil e tem muito mais trabalho. Quando você não está indo bem, você tem que encontrar soluções, responder muitas perguntas dos donos da equipe, dos patrocinadores, eles querem saber o que está acontecendo. É necessário reconstruir a equipe, mas o que importa mesmo é amar o que você faz e continuar tentando, em algum momento vai dar certo. Eu estou aqui porque amo isso desde criança”.
O chefe de equipe da Haas finaliza ao explicar os principais motivos para o Brasil não ter mais um piloto na Fórmula 1.
“Chegar na Fórmula 1 hoje é muito difícil, você precisa ter muito talento e ter tido uma carreira muito boa na F3 e na F2. Só tem 20 lugares na principal categoria do automobilismo mundial, esse é o maior problema. Outra coisa também que as pessoas não percebem, é que você tem que estar na hora certa, no lugar certo. Você pode ser muito bom, mas se não tem uma vaga para você, não entra de jeito nenhum. Se o piloto fica 2 ou 3 anos sem pilotar, as pessoas esquecem o quão bom ele é, por isso que não temos mais pilotos brasileiros na Fórmula 1. Por outro lado, nós temos um piloto brasileiro reserva, que é o Pietro Fittipaldi, um excelente piloto”.