Uma nova diretriz da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) tenta fechar uma brecha no teto orçamentário da Fórmula 1. A informação foi publicada nesta sexta-feira (23) pelo site da revista Autosport.
Segundo a publicação, a iniciativa é uma resposta à utilização de empregados das equipes da F1 em projetos técnicos paralelos, nos quais determinadas tecnologias poderiam ser desenvolvidas para serem posteriormente transferidas para a Fórmula 1.
Entre as principais forças do grid, a Ferrari tem o departamento de hipercarros, com vitória na edição 2023 das 24 Horas de Le Mans, enquanto Red Bull e Mercedes participam das America’s Cup, uma das mais importantes competições náuticas do mundo. McLaren e Aston Martin também têm divisões de desempenho e ciência.
No entanto, a FIA decidiu intervir, por suspeitar que os times pudessem usar essas divisões para explorar alternativas para a Fórmula 1 fora do teto orçamentário. Com o desenvolvimento em outras categorias, as equipes poderiam transferir conhecimento gratuitamente para os carros na F1.
“Em uma diretriz técnica originalmente redigida no início deste ano, mas recentemente revisada e colocada em vigor, a FIA deixou claro que as equipes que não poderão transferir nenhuma propriedade intelectual de projetos executados fora de suas operações de F1 de volta às equipes sem que esse trabalho caia no limite de custo”, explicou a publicação.
A diretriz não proíbe a execução de projetos especiais fora da Fórmula 1, mas vincula o uso de qualquer propriedade intelectual nestes critérios ao orçamento dentro do teto de gastos. Na contramão, qualquer desenvolvimento técnico dentro da categoria pode ser usado gratuitamente em outros projetos.
A FIA não se pronunciou oficialmente sobre a determinação. Procuradas, as equipes com tais projetos afirmaram apenas que o esclarecimento é bem-vindo.
Uma fonte ouvida pela revista, no entanto, garante que a decisão já provoca mudanças. “Isso teve um impacto”, disse a pessoa, cuja identidade foi preservada.
“Alguns foram forçados a agir porque perceberam que o que estavam fazendo não é mais permitido”, acrescentou.
“Mas a parte difícil é que eles estão fazendo isso desde 1º de janeiro, então eles tiveram um gasto até este ponto que agora precisam resolver e de alguma forma recuperar”, completou a fonte.