No dia 24 de março de 1991, Ayrton Senna realizou o sonho de vencer o Grande Prêmio do Brasil em Interlagos, algo que ele perseguia desde o início de sua carreira na Fórmula 1. Mesmo já sendo bicampeão mundial, conquistar uma vitória em casa tinha um significado especial, pois até então ele havia conseguido, no máximo, um segundo lugar em 1986, além de abandonar três vezes.
Largando na pole position, Senna liderou boa parte da prova até que problemas mecânicos começaram a surgir. Primeiro, perdeu a quarta marcha e, em seguida, ficou restrito apenas à sexta nas últimas sete voltas. Mesmo com dores físicas e a limitação do câmbio, ele recusou-se a desistir e conduziu sua McLaren até o final.
Exausto e com dificuldades para erguer o troféu no pódio, Senna descreveu aquela vitória como tão desgastante quanto a conquista de um título mundial. "Nunca senti tanta dor na minha vida. Tive cãibras, muita dor no pescoço, nos ombros. Foi uma vitória que valeu por um campeonato", declarou o piloto após a corrida, visivelmente emocionado.
A conquista em Interlagos solidificou ainda mais o status de Ayrton Senna como herói nacional. A emoção do público brasileiro ao vê-lo triunfar, mesmo com tantas adversidades, foi proporcional à determinação do piloto em cruzar a linha de chegada. A imagem de Senna exausto no pódio, erguendo o troféu com dificuldade, tornou-se icônica e eternizou aquele momento como um dos mais memoráveis da Fórmula 1.
Senna ainda venceria o GP do Brasil mais uma vez, em 1993, mas nada se compararia à emoção vivida em 1991. A vitória, conquistada na raça e sob condições adversas, representou o ápice de sua conexão com o público brasileiro e reforçou sua imagem como um dos maiores pilotos da história.
