Fórmula 1

Assista ao Cola no Grid especial sobre Ayrton Senna

Programa trouxe depoimento especial de Reginaldo Leme para lembrar os 30 anos da morte de Ayrton Senna

Da redação

O Cola no Grid ganhou uma edição especial nesta quarta-feira, 1º de maio, para lembrar os 30 anos da morte de Ayrton Senna. Você assiste no player acima e no Bandplay.

Para marcar a data, o programa contou com um depoimento histórico de Reginaldo Leme. O comentarista do Grupo Bandeirantes de Comunicação abriu o coração e compartilhou detalhes da amizade com o tricampeão de Fórmula 1.

De quando Reginaldo e Ayrton se conheceram, da chegada da Fórmula 1, das pegadinhas, da desavença entre eles… Até o 1º de maio de 1994, quando Senna sofreu um acidente fatal no Grande Prêmio de San Marino, no Autódromo de Ímola.

Confira abaixo alguns dos pontos mais importantes abordados no programa:

Quando Reginaldo conheceu Ayrton

“Ele ficou sentado lá, esperando, esperando eu chegar. Quando eu cheguei, ele me disse assim: ‘Olha, eu sou o Ayrton Senna’. Eu comecei a dar risada. ‘Eu sou o Ayrton Senna, vim aqui para me apresentar a você. Eu gosto do seu trabalho e espero que você goste do meu.’”

Senna fora das pistas

“Ele passou a tentar separar as pessoas que o rodeavam. ‘Quais são as que estão aqui comigo e são amigas, e quais são as que estão aqui para se aproveitar da minha presença.’ Na linguagem popular, eu diria bem ‘pé atrás’”

Preparo físico

“Para se tornar um piloto de Fórmula 1, de alguém que sai da Fórmula 3, onde as corridas duravam 35 minutos, e se tornar um piloto de Fórmula 1 com corrida de 1h30, às vezes até mais, ele logo aprendeu que o preparo físico é essencial.”

Primeiro ponto na Fórmula 1

“Na entrevista, ele achava que ele era sétimo. Eu falei para ele que ele era sexto. Ele falou: ‘Puxa, então valeu a pena, porque eu pensei que tinha chegado em sétimo e já estava satisfeito com isso’.”

Piquet x Senna

“O Senna era um piloto essencialmente rápido, acho que mais técnico que o Piquet. Mas o Piquet tinha uma corrida muito inteligente - ele sabia entender as diferentes fases de uma corrida, começo, meio e fim. O piloto muda, conforme ele vai ficando cansado; o carro muda, conforme fica mais leve. (Há) o desgaste das peças, dos componentes. Tudo muda. O Piquet era um craque nisso. E o Senna era levado pelo talento dele”, analisa.

Pegadinhas fora das pistas

“Nós chegamos na frente (do hotel). Já era de madrugada e o portão de ferro estava fechado com uma corrente. Eu falei para o Galvão (Bueno): ‘Cara, não dá para respeitar esse portão, essa corrente. Ou a gente entra, ou o cara vai massacrar a gente’. Do jeito que o Galvão veio, pá, entrou, abriu aquele portão todo. Nosso carro foi parar quase dentro de uma fonte luminosa do hotel, já desligada. O Ayrton veio atrás e parou junto lá, encostado do carro.”

Desavença com Senna

“A cabeça dele estava cheia de gente dizendo que eu não era tão amigo dele, que parecia amigo dele mas não era, que era mais amigo do (Nelson) Piquet. E ele ficou com isso na cabeça. Claro, ele não foi envolvido imediatamente porque ele sabia quem eu era. Eu fui o primeiro amigo dele jornalista brasileiro, ele sabia quem eu era. Mas depois isso vai sendo levado a tal ponto, a tal momento, inclusive em relação à família dele... Também diante da família dele falaram coisas de mim que a própria família teria razões para acreditar.”

Reconciliação

“Ele mesmo disse, naquele momento, em 1992: ‘Vamos colocar uma pedra em cima de tudo, acabou. Tudo que você precisar de mim, bate ali na porta da McLaren; eu vou abrir e vou te receber lá dentro, falar o que você quiser. A gente conta a vida de um e de outro, o tempo todo’. Ali, terminou essa desavença.”

GP de San Marino 1994

“Quando tiraram o Ayrton do carro, e a posição em que ficaram os pés dele... Não que houvesse certeza de morte, mas (estávamos) sabendo que era muito, muito grave. O Galvão (Bueno, então narrador da Rede Globo) não se continha. Nós tivemos que levar a corrida até o fim, e o Galvão não se continha. Em determinado momento, ele estava com uma toalha – estava muito calor – se enxugando o tempo todo. Ele saiu da cabine. Passou por trás de mim e saiu. Eu fiquei 15 minutos narrando a corrida. O Galvão saiu porque ele não aguentava aquela situação.”

Acidente fatal ao vivo

“Todo mundo sabendo que ali estava perdendo um grande ídolo. E a gente viu logo as consequências disso quando aconteceu o enterro dele, passando pelas ruas, carro de bombeiro e tudo. Eu tenho certeza de que essa situação não teria acontecido com outro piloto, ainda que fosse um cara tão importante quanto.”

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