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As peças que a Audi já movimentou para chegar à F1 em 2026

Chegada de Jonathan Wheatley para o posto de chefe de equipe mostra ambição do time alemão

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Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.

As peças que a Audi já movimentou para chegar à F1 em 2026
Audi Sport

Quando a temporada de 2025 da Fórmula 1 terminar, muitos dos olhos da Fórmula 1 estarão voltados para quem ainda não esteve na pista – mas estará.

O ano de 2026 marcará a estreia da Audi, que assumirá as operações da Sauber com uma equipe própria. E antes mesmo da estreia, a marca das quatro argolas já começa a se movimentar nos bastidores e a atrair olhares.

Será a estreia de um projeto longo, iniciado publicamente ainda em 2022, quando a Audi anunciou que entraria na F1 em 2026 com motores próprios. Logo veio a parceria com a Sauber, que se tornaria a equipe de fábrica da marca alemã. Em 2024, a Audi definiu a compra de 100% das operações da escuderia suíça.

Neste período, nomes conhecidos foram chegando. Em 2023, o piloto suíço Neel Jani foi contratado para desenvolver o carro no simulador. Em 2024, Andreas Seidl, ex-chefe de equipe da McLaren, assumiu a função de diretor executivo – mas duraria pouco.

Foi na gestão de Seidl que a Audi começou a mostrar as caras de fato, graças à contratação de Nico Hulkenberg, que deixará a Haas no fim de 2024. Se os resultados do alemão nunca empolgaram na F1, a Sauber sabe que pode contar com um piloto experiente, que sofre poucos acidentes e é capaz de desenvolver um carro, características bem-vindas para um projeto a longo prazo. E a Audi contará com um piloto alemão.

“Estou extremamente orgulhoso de ter feito parte da jornada da Red Bull Racing nos últimos 18 anos e partirei com muitas boas lembranças. No entanto, a oportunidade de desempenhar um papel ativo na entrada da Audi na Fórmula 1 como chefe de uma equipe é uma perspectiva excepcionalmente empolgante, e estou ansioso pelo desafio. Também estou feliz por trabalhar junto com Mattia, que conheço há muitos anos e que é a pessoa certa para colaborar neste projeto”, discursou o novo chefe de equipe.

A chegada de Wheatley é sintomática do momento da Red Bull. Se em 2023 o time austríaco não dava brechas para a concorrência, em 2024 tornou-se apenas candidata a vitórias e títulos – o que não é pouco, mas é um downgrade em relação ao impressionante ano anterior. Um reflexo do momento conturbado que o time vive nos bastidores, e que não dá sinais de que será resolvido a curto prazo.

Wheatley sentiu que poderia buscar novos ares em um projeto que talvez não seja tão vitorioso, mas que deverá oferecer uma situação mais pacífica a curto e médio prazos. Ex-integrante da Benetton, onde chegou a mecânico-chefe, o britânico chegou à Red Bull ainda no início do projeto, ganhando posições no organograma da escuderia. Tornou-se um braço direito de Christian Horner, chefe de equipe da Red Bull.

Assim, quando Jonathan Wheatley troca a Red Bull pela Audi, não apenas mostra a situação desafiadora que passa a primeira, como também indica as ambições da segunda. Na Sauber, ele reportará diretamente a Gernot Döllner, CEO da Audi AG e presidente do Conselho de Administração da Sauber Motorsport AG.

“Estou muito satisfeito por termos conseguido contratar Jonathan Wheatley como chefe de equipe para nossa equipe de Fórmula 1”, comemorou Döllner. “Jonathan desempenhou um papel importante em muitas vitórias em corridas de Fórmula 1 e títulos de Campeonatos Mundiais em sua carreira na F1 até o momento, e possui uma vasta experiência no paddock. Ele é uma contratação muito valiosa à nossa equipe”, completou.

Enquanto Mattia Binotto liderará os departamentos técnicos e operacionais da Audi, Wheatley completará a equipe administrativa como chefe de equipe e porta-voz da gestão. O britânico terá como prioridades o desempenho da fabricante na competição, na gestão operacional de todas as etapas de cada corrida e na representação da Audi junto aos dirigentes da F1. Até aqui, com todo o apoio de Mattia Binotto.

“Conheço Jonathan há muitos anos e o considero um especialista experiente e comprometido em automobilismo. Estamos perto de 2026 e estou ansioso para formar a nova equipe de corrida da Audi junto com Jonathan e liderá-la ao sucesso”, afirmou o ex-chefe de equipe da Ferrari.

Na Audi, os discursos estão afinados, e os dois contratados chegam respaldados pela chefia. “Com a nomeação de Jonathan e Mattia demos um passo decisivo para a nossa entrada na Fórmula 1”, diz Gernot Döllner. “Estou convencido de que com os dois conseguiremos combinar um nível extremamente alto de competência para a Audi. Sua experiência e capacidade irão ajudar a nos estabelecer rapidamente no competitivo universo da Fórmula 1”, completou.

Os passos mais recentes mostram a Audi ambiciosa dentro e fora das pistas. E para consolidar as pretensões, é preciso ficar de olho nos próximos passos, especialmente na contratação de um próximo piloto. A equipe flertou com Carlos Sainz, mas o espanhol preferiu os planos da Williams. Mick Schumacher e Sergio Pérez já foram cotados, bem como os brasileiros Felipe Drugovich e Gabriel Bortoleto. No momento, Valtteri Bottas parece ser nome forte na briga.

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