Andretti recua após críticas, mas ainda enfrenta resistência por vaga na F1

Michael Andretti adota postura defensiva, mas presença no grid ainda é incerta

Da redação

Os planos de Michael Andretti de contar com uma equipe na Fórmula 1 foram colocados na defensiva nos últimos dias. E até mesmo o proprietário da Andretti Autosport teve que adotar outra postura.

A possível entrada da Andretti no grid a partir de 2025 esbarra em questões financeiras, especialmente diante das restrições das dez equipes atuais em dividir lucros e premiações com mais uma parte. Em fevereiro, o norte-americano mostrou seu descontentamento, reclamando do que considerou uma postura “gananciosa” dos times.

“Eu provavelmente usei a palavra errada”, recuou Andretti, segundo o site Speedcafe. “Quando eu disse isso, eu fui criticado. Mas se eu estivesse na situação delas (equipes), eu provavelmente faria a mesma coisa”, acrescentou.

Michael Andretti disse ainda que não culpa as equipes por estarem defendendo os próprios interesses.

“É o você precisa fazer para ser competitivo”, disse. “Este é um esporte muito, muito caro. Há muita coisa envolvida, e há muito compromisso por parte de cada equipe.”

Resistência das equipes

A FIA (Federação Internacional de Automobilismo) abriu processo seletivo para a potencial entrada de novas equipes na F1, sem a garantia de que alguma será escolhida – há, no máximo, vagas para dois times. A Andretti, apoiada pela General Motors, é considerada a favorita, de uma lista que conta ainda com Panthera Team Asia, Hitech e Formula Equal, entre outras possibilidades.

Por parte das equipes atuais, a postura segue pouco convidativa para novas participantes. Para Toto Wolff, CEO da Mercedes, o caminho para entrar no grid é outro.

“Nossa posição foi muito clara: compre uma equipe”, disse o austríaco, em declarações publicadas pelo site da FOX Sports na Austrália. “Do ponto de vista de proprietário de equipe, não há ligas que simplesmente tenham aumentado as inscrições, porque isso dilui toda a liga.”

Wolff reconhece que a entrada de novas equipes aumentaria a oferta de entretenimento. No entanto, acredita que as potenciais novatas precisariam provar a importância comercial que trariam para a F1 – o que, diz, nenhuma das candidatas conseguiria.

“Se uma equipe pode contribuir para o desenvolvimento positivo da Fórmula 1 – e de uma maneira que outras equipes têm feito por muitos anos, sofrendo ao longo de muitos anos – nós temos que olhar para ela”, disse. “Até aqui, o que vimos não convenceu as equipes. Mas não vimos as candidaturas e os envios que foram feitos à FIA e a Stefano (Domenicali, CEO da F1), e eles vão julgar o que é positivo para a Formula 1 ou não.”

Processo em andamento

A posição de Stefano Domenicali, até aqui, não é animadora para a Andretti ou para outras potenciais interessadas na Fórmula 1. Ao site Motorsport.com, o dirigente italiano disse que não mudou de ideia e que está ao lado das atuais equipes.

“Não é o dinheiro, como dissemos, e não quero antecipar nada porque há um processo. Respeito o fato de a FIA ter lançado seu processo e muito em breve chegaremos à conclusão”, afirmou.

“Como sempre dissemos, precisamos ter certeza de que a decisão é a certa para o negócio. E isso é o que eu acho que é dever da FIA e de nós juntos, que deve ser assumido. Essa é outra decisão que será tomada nos próximos meses”, acrescentou.

Questionado a respeito, Domenicali se esquivou ao apontar potenciais pontos positivos a respeito de uma entrada da Andretti na Fórmula 1.

“Existem pontos positivos e negativos, isso faz parte da avaliação que estamos fazendo. Portanto, não posso estragar ou antecipar nada”, discursou. “Estamos fazendo as coisas com muita seriedade e correção. Então, assim que estivermos prontos para essa discussão, vamos informar, como uma discussão, vamos levá-la com a FIA juntos.”

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