A Andretti ainda não tem o aval da Fórmula 1 para contar com uma equipe no grid da categoria. Mas já se move nos bastidores, inclusive contratando profissionais de potenciais rivais.
Para estruturar as operações na F1, o time presidido por Michael Andretti contratou Nick Chester para o cargo de diretor técnico. Entre 1995 e 2019, o britânico passou por equipes como Arrows, Benetton e Renault, antes de trabalhar na Fórmula E entre 2020 e 2023. Entre outros destaques, levou Fernando Alonso ao bicampeonato em 2005 e 2006.
Para trabalhar com Chester, a Andretti contratou Jon Tomlinson e John McQuilliam. O primeiro é diretor de aerodinâmica do projeto, com passagens por Jordan, Renault e Williams desde 2000, enquanto o segundo lidera o departamento de design após trabalhar por Williams, Arrows, Jordan, Midland, Spyker, Marussia e Manor desde 1986.
De acordo com o site The Athletic, a operação da Andretti voltada para a Fórmula 1 já conta com cerca de 120 funcionários. A organização deve inaugurar em 2026 uma nova sede nos arredores de Indianápolis (EUA) para concentrar o trabalho em diversas categorias, além de construir uma filial na região de Silverstone (Inglaterra) dedicada apenas à F1.
Com o apoio da General Motors, a equipe já testa um modelo em testes no túnel de vento da Toyota, em Colônia (Alemanha), com dimensões equivalentes a 60% de um carro real de F1. Em 2024, o objetivo é construir um chassi em tamanho real que será usado para primeiros testes de homologação e para o desenvolvimento de sistemas.
Em outubro de 2023, a Andretti recebeu o aval da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) para contar com uma equipe na Fórmula 1. No entanto, a marca norte-americana precisa agora contar com o aval da própria categoria e das dez equipes que compõem o grid atual, que têm resistido à novidade.
“O tempo é sempre a essência da Fórmula 1”, afirmou Michael Andretti, CEO da Andretti Global, ao The Athletic. “Temos trabalhado o mais rápido possível para garantir que tenhamos um carro competitivo e uma equipe forte para quando tivermos nossa vaga no grid”, completou.
A operação da Andretti também já teria um nome para ocupar o posto de chefe de equipe. Em entrevista à revista MotorSport Magazine, Otmar Szafnauer afirmou conversar com Michael Andretti e indicou que assumirá a função caso os planos saiam do papel.
“Ele me chamou mesmo antes de eu ir para a Alpine, e eu disse que adoraria ajuda-lo”, afirmou Szafnauer, que trabalhou como chefe de equipe de Force India, Racing Point, Aston Martin e Alpine na F1. “Se eles forem aceitos, então eu poderei discutir sobre um envolvimento, sobre começar, sobre colocar em movimento.”