Não é exagero dizer que a Fórmula 1 nasceu em um 13 de maio. Afinal, a primeira corrida da história da Fórmula 1 aconteceu em 13 de maio de 1950 - no caso, o Grande Prêmio da Inglaterra que abriu a temporada 1950.
Mas a data não deixa de ser uma formalidade. Desde que a primeira corrida de automóveis foi realizada na França, em 1894, várias provas foram sendo realizadas até que a F1 ganhasse forma e nome.
Veio o Grande Prêmio da França, realizado a partir de 1906 – ano que, por sinal, marca a primeira temporada dos chamados Grandes Prêmios, conhecidos por não restringir o número de participantes de cada país. Com o sucesso do formato, as temporadas de Grandes Prêmios passaram a ser realizadas a partir da década de 1920.
A novidade pegou. Na década de 1930, as temporadas chegaram a ter sete Grandes Prêmios (1935). Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), corridas do tipo foram realizadas em diversos países, mostrando-se bastante populares entre fãs de Itália, Estados Unidos, Brasil, Argentina, França, Austrália e Uruguai.
E é nessa época que começa a nascer o nome da Fórmula 1.
Fórmula A x Fórmula B
Em 1946, a Comissão Esportiva Internacional da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) determina regras para diferentes categorias de competições – ou fórmulas – para as corridas de carros com lugares para apenas um piloto, os chamados monopostos. Até então, era comum que o piloto dividisse o carro com o mecânico, por exemplo.
Assim, a principal categoria das chamadas Fórmulas Internacionais encabeçou a lista, sendo chamada a princípio de Fórmula A, Fórmula I ou Fórmula 1. Um pouco abaixo, as corridas dos chamados voiturettes (termo em francês que define carros menores) foi chamada de Fórmula B, Fórmula II ou Fórmula 2. Naquele ano, em 1º de setembro de 1946, aconteceu a primeira prova sob este regimento: o Grande Prêmio de Turim (Itália), vencido por Achille Varzi com uma Alfa Romeo 158.
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A partir daí, a FIA determinou que organizaria um campeonato com estas regras, que naturalmente substituiria as temporadas dos genéricos Grandes Prêmios. Em 1950, nascia o Campeonato Mundial de Pilotos, a bordo do que havia de melhor na época.
Mas ainda falta um detalhe. O ano de 1950 marca também o advento de uma nova divisão de carros, menos potentes, abaixo dos Fórmula B/Fórmula II/Fórmula 2. No entanto, logo de cara, esta divisão ficou popularmente conhecida como Fórmula 3. Assim, os nomes Fórmula 1 e Fórmula 2 foram naturalmente adotados.
Enfim, a Fórmula 1
Assim, veio a temporada 1950 da Fórmula 1, com sete corridas – seis na Europa, além das 500 Milhas de Indianápolis. A primeira prova veio em 13 de maio: o Grande Prêmio da Inglaterra, no circuito de Silverstone. Ao todo, 23 pilotos marcaram presença, embora só 21 tenham alinhado.
O maior contingente era de pilotos com carros da Maserati, com sete. A ERA (English Racing Automobiles) e a Talbot-Lago tinham cinco pilotos cada. A Alfa Romeo tinha quatro. A Alta tinha dois. A Ferrari optou por ficar fora, e só mandou pilotos para a segunda corrida da temporada, em Mônaco.
Na classificação da sexta-feira, 12 de maio, o que se viu foi um baile da Alfa Romeo, que colocou seus quatro carros nas quatro primeiras posições do grid de largada: Nino Farina em primeiro, Luigi Fagioli em segundo, Juan Manuel Fangio em terceiro e Reg Parnell em quarto.
No dia seguinte, um sábado seco e ensolarado, não foi diferente. Farina venceu, com Fagioli em segundo e Parnell em terceiro. O trio da Alfa Romeo colocou duas voltas de vantagem sobre o concorrente mais próximo, Yves Giraud-Cabantous (Talbot-Lago), o quarto colocado. Fangio chegou a liderar, mas abandonou a oito voltas do fim com problemas mecânicos.
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.