A partir de 23 de fevereiro, quem curte a Fórmula 1 vai poder ver em ação os carros da temporada 2023. Afinal, é nesta data que começam os testes de pré-temporada no Bahrein.
A tendência é que a categoria não passe por uma grande mudança no equilíbrio de forças. Afinal, depois do novo regulamento aerodinâmico adotado em 2022, a F1 só deverá passar por chacoalhão semelhante em 2026, quando novas regras entram em jogo.
Mas isso não quer dizer que a Fórmula 1 não terá mudanças em 2023. Após as 22 corridas de 2022, a categoria viu que seria necessário alterar alguns detalhes para a temporada seguinte – não apenas para combater os impactos negativos do novo regulamento, mas também para oferecer ainda mais segurança e competitividade.
Leia também:
- Regulamento de 2022 da Fórmula 1 deu certo? Pilotos avaliam prós e contras
- O porpoising virou um problema na F1 - agora, para as costas dos pilotos
- 'Senti algo escorrendo': o relato de Guanyu Zhou do capotamento no GP da Inglaterra
- Palavra de quem conhece: preocupação de Russell com Zhou não foi jogo de cena
Os quatro pontos mais importantes nas novidades são a aerodinâmica, os pneus, o peso dos carros e a estrutura de segurança. Vamos tentar entender, de maneira breve, os detalhes?
AERODINÂMICA
À primeira vista, quem olhar para o carro da Fórmula 1 em 2023 não vai reparar muitas mudanças aerodinâmicas em relação a 2022. Mas elas existem.
Isso porque as principais mudanças estão concentradas na parte inferior do carro, especialmente no assoalho, para tentar diminuir os impactos do porpoising e do bouncing. E como isso será feito?
Os carros estarão um pouco mais altos, já que a altura mínima da prancha (aquela parte central do assoalho) foi aumentada em 10 mm. Já as bordas externas do assoalho subiram 15 mm. A deformação máxima nessas partes pode ser de até 5 mm.
A expectativa da Fórmula 1 é que as mudanças no assoalho tenham um impacto inicial negativo nas velocidades. Mas a tendência é que a diferença seja rapidamente recuperada.
Visualmente, as principais mudanças serão nas asas dianteiras e nos retrovisores. Nas asas, há novas restrições nos perfis e nas bordas verticais internas dos endplates (aquelas placas verticais nas pontas das asas). Já os espelhos tendem a ser 30% maiores.
PNEUS
Os pneus oferecidos pela Pirelli para 2023 foram desenvolvidos graças à colaboração de pilotos e equipes.
Os compostos têm uma nova construção, o que permitirá que sejam utilizados com uma calibragem mais baixa. Isso deve oferecer mais aderência dianteira, diminuindo o subesterço (o tal do understeer).
Mas a principal novidade no quesito é a introdução de um sexto composto de pneus.
Até 2022, a fabricante oferecia cinco tipos de pneus para pista seca, do C1 (mais duro) ao C5 (mais macio). Agora, criou o C0, ampliando a gama de opções entre os pneus mais duros.
A tendência é que o C0 não seja ainda mais resistente e durável, mas que assuma o posto do C1. Assim, o novo C1 terá índices entre os que apresentavam o C1 e o C2 até 2022.
PESO
O peso mínimo do carro caiu um pouco: de 798 kg em 2022 para 796 kg em 2023. Parece pouca coisa, mas vale destacar que os carros da Fórmula 1 ficaram 107 kg mais pesados entre 2014 e 2022.
Atualização: A Fórmula 1 recuou na redução, e o peso mínimo dos carros permanecerá em 798 kg (sem combustível). O motivo? Em tese, os novos pneus, que são ligeiramente mais pesados que os de 2022.
SEGURANÇA
Uma das áreas mais visadas para 2023 foi o roll hoop – basicamente um santantônio que fica acima da cabeça dos pilotos. O equipamento foi muito exigido, por exemplo, no acidente de Guanyu Zhou no GP da Inglaterra de 2022.
A peça agora é mais forte e um pouco mais alta – fica a 950 mm em relação ao solo, contra 900 mm dos carros de 2022.
O objetivo, obviamente, é fazer com que o roll hoop suporte forças ainda maiores para que não falhe em caso de acidente.
Emanuel Colombari é jornalista com experiência em redações desde 2006, com passagens por Gazeta Esportiva, Agora São Paulo, Terra e UOL. Já cobriu kart, Fórmula 3, GT3, Dakar, Sertões, Indy, Stock Car e Fórmula 1. Aqui, compartilha um olhar diferente sobre o que rola na F-1.