A torcida do Grêmio se acostumou a ver o time nos últimos anos priorizando as competições com mata-mata, como a Copa do Brasil e a Libertadores. Isso foi na época em que o time era comandado por Renato Gaúcho. Com a saída do técnico, e após duas trocas de treinador, o Tricolor mira o Brasileirão – como o próprio presidente do clube, Romildo Bolzan, admite.
“Não é a prioridade do Grêmio a Copa do Brasil”, disse o dirigente em entrevista a Elia Júnior, no programa “Nossa Área”, da Rádio Bandeirantes, nesta quarta-feira, 25, data do duelo do Tricolor com o Flamengo pelas quartas de final da competição.
“O Felipão terá absoluto resguardo e cuidado com o momento técnico do Flamengo. Vai tentar neutralizar o adversário, e aí pode sobrar um espaço para nós. Primeiro não perder e organizar um time seguro. Depois de muito tempo, temos um elenco pronto. O Grêmio está encorpado”, completou.
A mudança de rota se deve ao momento complicado do Grêmio no Brasileirão. O time começou o campeonato com Tiago Nunes, substituto de Renato, mas, com o time na zona de rebaixamento, o técnico foi demitido no início de julho, trocado por Felipão. Apesar de uma reação com Scolari, o Tricolor ainda está na degola, em 17º, com 16 pontos em 16 jogos.
Por isso que, apesar do jogo desta quarta, Bolzan diz que já está com a cabeça no duelo de sábado, 28, pelo Brasileirão. E a meta é não cair para a Série B primeiro.
“Creio num Grêmio pragmático. Precisamos ganhar sábado do Corinthians. Hoje [contra o Flamengo] entramos no campo de sangue doce. Se ganhar, ganhamos. Se perder, temos o jogo de sábado, que é mais importante. Não estamos olhando a ponta e sim o meio, para atingir nosso objetivo do Brasileiro. Entramos numa situação que ninguém é culpado disso, mas precisamos sair juntos dessa situação”, explicou o presidente.
Ainda assim, o jogo contra o Flamengo marca o reencontro do Grêmio com Renato Gaúcho, agora no comando do Rubro-Negro. Bolzan ressaltou o “legado” deixado pelo técnico.
“O Renato teve muito sucesso na forma de trabalhar. Temos que respeitar aqueles que deixam legados. Temos que ter respeito, isso não se apaga”, disse o dirigente, para quem, porém, agora é cada um por si.
“Ele vai cuidar do dele, e a gente vai cuidar do nosso”, declarou.