Durante coletiva de imprensa após vitória do Palmeiras diante do Guarani no último domingo, 6, Abel Ferreira, treinador do clube alviverde, deixou em aberto a sua permanência no clube, após os casos de violência que aconteceram no Brasil e no mundo.
Um dos fatores que pesam para Abel ficar no clube é a vinda da sua família que está em Portugal, no entanto, ele disse não saber se realmente quer trazer sua esposa e filhos para um lugar que pode ser violento.
“É preciso passar à ação. Palavras, o vento leva. Isso me preocupa muito. A segurança me preocupa muito. Quando entrei aqui e vi as imagens no México e me dizem que se passa a mesma coisa no Brasil, vou ter que pensar muito bem no que quero para minha família, para mim e meus jogadores”, disse.
Esta semana pode ser crucial para o técnico, afinal o Palmeiras terá três clássicos e com grande reincidência de briga entre torcedores. Na quinta-feira, encara o São Paulo, no Morumbi, e depois recebe no Allianz Parque o Corinthians e Santos.
O treinador pediu para que o respeito seja colocado acima da rivalidade e no futebol “não vale tudo”.
“Jogadores de outros clubes e meus já falaram. Posso ser grande rival, mas tem que ter respeito pela vida humana. No futebol não vale tudo. A vida tem valor. Se vemos isso e não fazemos nada, alguma coisa vai mal. Temos que passar à ação. Estamos à espera de quê?”, destacou o treinador.
Abel Ferreira relembrou que os ingleses sofreram com os Hooligans, grupos de torcedores que eram violentos no futebol inglês. O treinador pediu para que os órgãos brasileiros assumam as suas responsabilidades.
“Os organismos, quer sejam os do futebol, quer sejam extra-futebol, têm que assumir, dar as caras, exercer os cargos que têm. Têm que justificar o cargo que tem. Quando eu não ganho, pedem responsabilidades. Isso é o que espero que cada pessoa em seu cargo faça, assuma responsabilidades. Pelo bem do futebol brasileiro. De todos nós. Que se junte a CBF, quem organiza estaduais, o Ministério Público, mas que se tomem medidas”, finalizou.
Abel questionou ainda quantos mais precisaram morrer para que as entidades tomem suas decisões sobre o que está acontecendo.