Esporte

Tragédia, zebras e trave trocada: 10 curiosidades da Copa de 1994

Não foi só o tetra: torneio que terminava há exatos 30 anos marcou toda uma geração

Da redação

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Divulgação, via CBF

Roberto Baggio correu, bateu… E mandou por cima do gol. Desolado, lamentou com as mãos na cintura. À frente do camisa 10 da Itália, Taffarel vibrava. Com aquele lance, o Brasil vencia a Itália nos pênaltis e conquistava o título da Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos.

Aquela final aconteceu há exatos 30 anos, em 17 de julho de 1994. Mesmo depois de tanto, o torneio que garantiu o tetracampeonato da seleção brasileira segue vivo na memória de toda uma geração. Basta perguntar a quem tem quase 40 anos para saber onde cada um estava na estreia contra a Rússia, no dia em que Leonardo acertou uma cotovelada em Tab Ramos, na falta de Branco contra a Holanda…

Mas é claro que, três décadas depois, mesmo as boas memórias podem deixar passar alguns fatos daquela Copa do Mundo. E para lembrar, o Band.com.br traz aqui dez curiosidades sobre o torneio.

Confira:

De fora

A Iugoslávia tinha uma das seleções mais fortes do mundo no início da década de 1990. A geração campeã mundial sub-20 em 1987 revelou nomes como Predrag Mijatović, Davor Suker, Zvonimir Boban e Robert Prosinecki, entre outros. No entanto, a guerra entre sérvios e croatas que desencadeou a dissolução do país rendeu punições esportivas à seleção, que ficou fora da Euro 1992 e das eliminatórias da Copa de 1994. No primeiro, a Dinamarca herdou a vaga e surpreendeu ao ficar com o título. No segundo caso, o Grupo 5 reuniu Grécia, Rússia, Islândia, Hungria e Luxemburgo. Melhor para gregos e russos, que garantiram vagas - os helênicos foram ao torneio pela primeira vez, e foram embora com a pior campanha. 

Pra fora!

Diana Ross estrelou a cerimônia de abertura da Copa de 1994, mas é lembrada por um momento inacreditável no evento. Ao longo da festa, Diana precisava correr por um corredor de bailarinos e chutar uma bola da marca do pênalti para as redes - um dançarino vestido de goleiro não faria qualquer esforço para defender, é claro. Tudo muito bonito, mas a artista bateu para fora. Tudo bem, a sequência da coreografia foi mantida: o gol se partiu em dois, e a cantora correu para um palco. 

Gol trágico

A Colômbia chegou à Copa de 1994 como candidata ao título, mas foi eliminada ainda na primeira fase, provocando grande frustração na torcida. No momento mais emblemático, o time perdeu para os EUA por 2 a 1, com direito a um gol contra de Andrés Escobar - o único gol contra registrado naquele Mundial. Dez dias depois, Escobar foi assassinado a tiros no estacionamento de uma boate em Medellín. 

A-Dios

A Copa de 1994 encerrou a história de Diego Maradona com a seleção da Argentina, e não da melhor maneira. Na segunda rodada do Grupo D, os argentinos venceram a Nigéria por 2 a 1, tendo o camisa 10 de titular nos 90 minutos. Ao fim do jogo, passou por exame antidoping que acusou o uso de efedrina. Maradona foi suspenso, e a equipe foi eliminada pela Romênia nas oitavas de final.

Artilheiro de um jogo só

Pela terceira rodada do Grupo B, a Rússia venceu Camarões por 6 a 1, em duelo que eliminou as duas seleções. O destaque foi Oleg Salenko, que marcou cinco gols para os russos. Até hoje, nenhum jogador igualou o feito do camisa 9 russo - que dividiu a artilharia da Copa de 1994 com o búlgaro Hristo Stoichkov, mesmo sendo eliminado ainda na fase de grupos.

Do outro lado… 

Em compensação, o gol de Camarões na derrota para a Rússia foi marcado por Roger Milla. O atacante tinha 42 anos e 39 anos na ocasião, tornando-se o jogador mais velho da história a balançar as redes em Copas do Mundo

Sensação

Nas primeiras cinco edições de Copa do Mundo que disputou (1962, 1966, 1970, 1974 e 1986), a Bulgária não havia vencido nem sequer um jogo. Até que veio a participação de 1994, com a geração de Hristo Stoichkov. O time estreou perdendo para a Nigéria (3 a 0), mas cumpriu protocolo ao vencer a Grécia (4 a 0). Depois, a primeira surpresa: aproveitou o impacto da ausência de Diego Maradona e venceu a Argentina por 2 a 0. No mata-mata, passou por México e Alemanha, e só parou nas semifinais diante da Itália. Foi quarta colocada.

Que dia!

Nas oitavas de final, o Brasil fez um jogo emblemático contra os anfitriões Estados Unidos e sofreu para vencer por 1 a 0. A data da partida entraria para a história: 4 de julho, Dia da Independência dos EUA. De quebra, serviu ainda como uma revanche: exatos seis anos antes, e 4 de julho de 1988, o Comitê Executivo da Fifa anunciava os Estados Unidos como sede da Copa de 1994. Na eleição, receberam 10 votos e venceram as candidaturas de Marrocos (7 votos) e Brasil (2 votos).

Trave quebrada

Pelas oitavas de final, Bulgária e México empataram por 1 a 1, e os búlgaros avançaram ao passar com vitória nos pênaltis por 3 a 1. O momento curioso da partida foi protagonizado pelo meio-campista Marcelino Bernal: em lance banal, o camisa 6 se enroscou nas redes do gol mexicano e caiu, quebrando uma barra do equipamento. O gol foi trocado para a sequência da partida, mas Bernal voltaria a ser destaque - desta vez, perdendo um dos pênaltis do México na decisão do confronto.

Recuperação a mil

Franco Baresi defendeu a Itália nos dois primeiros jogos da fase de grupos, contra Irlanda e Noruega. No entanto, substituído contra os noruegueses, precisou operar o joelho durante a Copa do Mundo. Aí veio uma impressionante recuperação: Baresi ficou fora do jogo contra o México na fase de grupos, e depois contra Nigéria, Espanha e Bulgária no mata-mata. Conseguiu voltar na final e fez uma partida impecável contra o Brasil, atuando durante os 120 minutos de bola rolando. No fim, porém, perdeu um dos pênaltis da decisão, o que daria o título ao Brasil.

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