Último adeus: Tarcísio Meira é cremado em São Paulo

Ator faleceu nesta quinta-feira, 12, após dias internado em decorrência de complicações da Covid-19

Da Redação, com Jornal da Band

O ator Tarcísio Meira, que faleceu em decorrência de complicações da Covid-19, foi cremado nesta sexta-feira (13) em São Paulo. A despedida foi fechada para a família e amigos próximos.

O corpo do ator deixou o hospital Albert Einstein no início da tarde. A cremação aconteceu em Itapecerica da Serra, cidade da grande São Paulo. A pedido da família só os parentes tiveram acesso ao velório - menos de 30 pessoas participaram da cerimônia de despedida.

A esposa Glória Menezes não participou da despedida. Ela continua no mesmo hospital onde o casal foi internado, no dia 6 de agosto. De acordo com a assessoria, a atriz tem um quadro mais leve da doença e se recupera bem.

Pelas redes sociais Tarcísio Filho, único filho do casal, fez uma homenagem ao pai. Na legenda, um singelo “meu pai”, com Tarcísio Meira agradecendo os aplausos do público no momento final da peça "O Camareiro” - último trabalho do ícone da dramaturgia brasileira.

Trajetória de Tarcísio
Nascido em 5 de outubro de 1935, em São Paulo, Tarcísio Magalhães Sobrinho foi um dos atores mais importantes do País, com mais de 60 trabalhos na televisão. O sobrenome veio da mãe, Maria do Rosário Meira Jáio de Magalhães, por ser considerado mais sonoro para a vida artística.

Na adolescência, queria ser diplomata, mas desistiu dos planos ao se ver encantado com a dramaturgia. A carreira artística começou no teatro, em 1957, quando estrelou as peças "Chá e Simpatia" e "Quando as Paredes Falam". Mas foi em 1959, em uma com uma participação em "O Soldado Tanaka", que a carreira do ator começou a dar os primeiros sinais de que se tornaria um marco a dramaturgia brasileira.

Na TV, Tarcísio deu os primeiros passos no programa de teleteatro Grande Teatro Tupi. Em "Uma Pires Camargo", em 1961, ele contracenou com Glória Menezes, que viria a se tornar esposa e parceira de uma vida inteira. Foi também nesta época que surgiu o título que carregaria por toda a vida profissional: o de galã.


Tarcísio e Glória casaram em 1962 - da união, nasceu o único filho do casal, o também ator, Tarcísio Filho, em 1964. Em 1963, os dois trocaram a Tupi pela Excelsior, onde Tarcísio participou da primeira novela diária da televisão brasileira, “2-5499 Ocupado”, de Dulce Santucci. O início foi marcado por algumas dificuldades, mas ao final da exibição o resultado: um grande sucesso.

Ainda em 1963, estreou no cinema, em "Casinha Pequenina", com Mazzaropi. Já o início da trajetória na TV Globo aconteceu em 1967, na novela "Sangue e Areia", uma adaptação do romance do espanhol Blasco Ibañez escrita por Janete Clair. Foi quando Tarcísio e Glória se tornaram um dos pares românticos favoritos do público. Segundo eles, o sucesso do casal foi resultado do amor existente fora das telas. Apesar disso, Tarcísio nunca considerou que o seu casamento fosse um exemplo a ser seguido por todos.

Em "Irmãos Coragem", em 1970, viveu o mocinho João Coragem, e foi um dos maiores sucessos da fase preto e branco da TV brasileira - o penúltimo capítulo deu mais audiência que a final da Copa do Mundo. O casal também fez parte da obra "O Caso Especial Meu Primeiro Baile", inspirado no francês Carnet de Baile, de Jacques Prévert, que foi o primeiro programa inteiramente gravado em cores a ser exibido na televisão brasileira, em 1972. Em 1981, Tarcísio Meira protagonizou mais um dos momentos marcantes da arte brasileira. No filme "O Beijo no Asfalto", baseado na peça de teatro homônima de Nelson Rodrigues, Tarcísio beijou Ney Latorraca.

O último trabalho do artista na TV foi uma participação na novela "Orgulho e Paixão", na TV Globo, em 2018. Ao todo, Tarcísio protagonizou 60 trabalhos na televisão, 20 longas-metragens no cinema, dirigidos por cineastas como Glauber Rocha, Walter Hugo Khouri, Anselmo Duarte e Bruno Barreto, e 30 peças de teatro.

Tarcísio Meira deixa a esposa, Glória Menezes, e o filho, Tarcísio Filho.

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