"Temos que fazer escolhas", dizem produtores de "Senna" sobre passagens que ficaram de fora

Caio e Fabiano Gullane dizem que trajetória de Ayrton é ainda maior do que seis episódios

Por Guilherme Machado

Gabriel Leone como Ayrton Senna
Reprodução/Netflix

Desde que estreou na Netflix, a série “Senna”, que narra a trajetória do maior piloto de Fórmula 1 da história do Brasil, se tornou ponto de diversas discussões. A produção vem sendo muito elogiado por suas qualidades técnicas e por seu elenco, mas também gerou comentários devido a passagens que ficaram de fora, como quando o atleta sofreu uma paralisia facial e sobretudo seu romance com Adriane Galisteu, que é retratado de forma apenas passageira.

Fundadores da Gullane, produtora responsável pelo seriado, Caio e Fabiano Gullane destacam que mesmo seis episódios não eram suficientes para detalhar toda a vida de Ayrton Senna e que os roteiristas buscaram focar nos aspectos que o melhor o representavam: em outras palavras, as postas de automobilismo. 

“A história do Senna é muito maior do que seis episódios. Não daria para incluir em seis episódios todas as passagens da vida dele. Acho que o processo de construção da dramaturgia, de escrita de roteiro, é muito vivo. Você começa, reconstrói, vai testando e compreendendo o que vai dar certo”, ressalta Caio em entrevista ao Band.com.br durante a CCXP25.

“O que buscávamos mais do que tudo era retratar o personagem do Ayrton. Esse cara que tinha uma determinação tão particular e que tornava ele um cara de carisma gigantesco, ao ponto de 30 anos depois da morte dele, ele estar supervivo”, complementa.

Ao mesmo tempo, Fabiano se mostra feliz com a repercussão da série até aqui.

“Qualquer biografia é muito sofrida para os roteiristas. Temos que fazer escolhas. Saímos dessa série com a sensação de que fizemos o melhor possível. E que venham mais repercussões, são bem-vindas. Está todo mundo falando. Saímos com a sensação de que a repercussão é um sinal do sucesso", frisa ele.

Histórias de sucesso

Os dois têm o que comemorar. "Senna" acaba de ser indicada ao prêmio de melhor série em língua estrangeira do Critic's Choice Awards. 

Com um histórico que inclui produções como “Bicho de Sete Cabeças”, “Carandiru” e “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”, eles avaliam que a produtora sempre apostou em projetos pouco óbvios.

“Eu acho que quando começamos, ainda muito jovens, vivemos um momento ingrato no Brasil, de pouco cinema. Precisamos do dobro de coragem e determinação já que o cenário será muito árido. Vivemos em um país em que é importante refletir sobre ele. Sempre nos chamava a atenção como era possível, através da luz do cinema, trazer mensagens que engradecessem a sociedade. Isso está na nossa raiz”, relata Caio.

“A gente fica nervoso, morrendo de medo [quando os filmes estreiam]. Montamos a Gullane com a intenção de colocar a mesma energia na criação e no lançamento. Essa é a essência”, afirma Fabiano.

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