Show de Belo no Complexo da Maré teve ingressos de R$ 15 a R$ 2 mil

Da Redação, com Melhor da Tarde

O Melhor da Tarde repercutiu nesta sexta-feira, 26, uma entrevista do jornalista Leo Dias com o cantor Belo. Durante a conversa, o artista falou detalhes de sua prisão e se emocionou ao lembrar da noite em que passou detido. No entanto, o que chamou atenção foram os valores cobrados pelos ingressos para o show realizado no Complexo da Maré.

“Todo mundo está falando do Belo, mas houve montagem de palco e venda de ingressos com valores que variam de R$ 15 a R$ 2 mil”, alertou Rafael Pessina. Um folheto do evento foi exibido, mostrando que parte da escola foi utilizada como camarote - que custavam o valor máximo.

O preço dos ingressos espantou os investigadores, principalmente devido à localidade em que foi realizada a apresentação, uma escola pública dentro do Complexo da Maré. O show foi realizado sem autorização da Secretaria Estadual de Educação do Rio de Janeiro, mas o folheto de divulgação mostrava a localidade sem maiores problemas.

Entenda o caso

O cantor Belo foi preso no inquérito que apura a realização de um show no Complexo da Maré, na zona norte da capital fluminense, no dia 17 de fevereiro. A apresentação contou com a presença de milhares de pessoas em meio à pandemia do coronavírus.

O artista foi solto após a Justiça do Rio de Janeiro aceitar um pedido de habeas corpus da defesa dele. O cantor vai responder pelos crimes de epidemia, infração de medida sanitária, invasão de prédio público e organização criminosa. 

O desembargador Milton Fernandes de Souza, do Tribunal de Justiça, concedeu a liminar alegando que a representação da Polícia Civil pela prisão só aconteceu quatro dias após o evento e que o próprio Ministério Público deu parecer afirmando que não havia urgência para a decretação de prisão preventiva pelo Plantão Judiciário.

O magistrado finalizou a decisão dizendo que o juízo natural irá apreciar a questão com mais elementos. A Polícia Civil investiga se o chefe do tráfico de drogas da comunidade autorizou a invasão do colégio.

O evento foi realizado no interior de uma escola estadual na favela Parque União, no dia 12, e não teve autorização da Secretaria Estadual de Educação. Segundo o delegado Gustavo Castro, responsável pelo caso, o evento foi custeado pelo tráfico de drogas local. As salas de aula foram usadas como camarotes.

Belo prestou depoimento na Delegacia de Combate às Drogas logo após a prisão. Na saída da unidade, Belo afirmou que não sabia o que fez de errado já que só estava trabalhando. A Polícia Civil cumpriu outros três mandados de prisão preventiva, além de cinco de busca e apreensão

Uma das buscas foi realizada na sede da produtora Série Gold, organizadora do evento, também em Angra dos Reis. Além do artista, dois produtores do evento também foram presos.

Durante a ação, a Justiça decretou o bloqueio das contas bancárias dos investigados. O chefe do tráfico do Parque União, Jorge Luiz Moura Barbosa, o Alvarenga, também alvo da operação, segue foragido. 

Na casa de Belo, na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, os agentes apreenderam duas armas com os registros vencidos, R$ 40 mil, além de euros e dólares, também em espécie.

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