Após Claudia Leitte virar polêmica por alterar parte da letra do hit "Caranguejo", o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, publicou uma crítica a artistas que "escolhem reescrever a história" do Axé. Na publicação feita no Instagram nesta terça-feira (17), Tourinho não cita o nome, mas relembra o caso da artista que retirou o nome da Orixá Iemanjá da letra.
Na letra original de "Caranguejo", há os versos "Joga flores no mar/Saudando a rainha Iemanjá". Nas últimas apresentações de Leitte, a cantora trocou por "Joga flores/Eu canto meu rei Yeshua". O termo significa o nome de Jesus em hebraico.
Pedro Tourinho citou que Axé, gênero musical cantado por Claudia Leitte, tem diversas características de religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda. O secretário fez uma dura crítica e pontuou que atitudes como a de Leitte são racistas.
"Quando um artista que se diz parte desse movimento, saúda o povo negro e a cultura, reverencia a percussão e musicalidade, faz sucesso e ganha dinheiro com isso, mas, de repente, escolhe reescrever a história e retirar o nome de Orixás das músicas, não se engane: o nome disso é racismo", escreveu.
Nos comentários, a cantora Ivete Sangalo concordou com a publicação e colocou emojis de palmas. Outros artistas do Axé também curtiram o post e até quem é de outro gênero celebrou a publicação, como a rainha de bateria Quitéria Chagas, da escola Império Serrano. "Cirúrgico e perfeito. Tanto no Axé quanto no carnaval acontecem a mesma problemática", comentou.