No mês de outubro, comemora-se a Oktoberfest, festa tradicional da cerveja alemã. Na capital paulista, a São Paulo Oktoberfest começou na última sexta-feira, 6, e conta com muitas opções gastronômicas e atrações musicais que incluem sertanejo e pagode até as músicas típicas alemãs.
Cerveja é um alimento antigo, e até hoje popula os corações de muitas pessoas. Descoberta meio por acaso, hoje em dia já são incontáveis tipos, sabores e marcas da bebida. Na Alemanha, um casamento deu tão certo, que acabou se tornando a maior festa da cerveja do mundo — Oktoberfest — com mais de 210 anos de existência.
Oktoberfest em São Paulo
Com a imigração dos alemães para o Brasil, não demorou para que as festas chegassem no país, dominassem a região sul e se tornassem tão grandes quanto os eventos tradicionais na Alemanha. Entretanto, o sudeste ainda não contava com grandes eventos que celebram a cultura cervejeira. Daí surgiu a São Paulo Oktoberfest, que já está em sua 6ª edição.
Neste ano, o evento vai até o dia 22 de outubro, no Complexo Ginásio Ibirapuera e traz um pedacinho da Alemanha para a capital paulista. A programação do evento conta com 48 atrações entre bandas nacionais, bandas típicas, de rock e grupos folclóricos, assim como 27 apresentações culturais, mais de 80 opções gastronômicas e mais de 15 estilos de chope.
Banda Eva, Péricles, É o Tchan, Mumuzinho, Planta e Raiz, Felipe Araújo, Ira, Di Propósito e Falamansa são os shows confirmados nos próximos dias de evento.
Walter Cavalheiro, 49 anos, Presidente e Fundador da São Paulo Oktoberfest, explica que a festa vai muito além da cerveja. “No conceito do evento, nós temos alguns pilares: cultura, diversão, gastronomia e cerveja. Em São Paulo faz muito sentido fazer uma festa dessa, porque temos um parque industrial enorme aqui, além de termos comunidades alemãs em bairros significativos da cidade”.
O organizador ainda diz que, neste ano, trabalha com a expectativa de superar a marca de 80 mil visitantes no evento, visto que mais de 65 mil ingressos foram vendidos antecipadamente. Cavalheiro ainda garante, que o se as temperaturas continuarem altas, devem ser consumidos mais de 120 mil litros de cerveja no evento.
Oktoberfest suspenso em Blumenau
Realizada desde 1984, a Oktoberfest de Blumenau, Santa Catarina, não é apenas a maior do Brasil, mas também a segunda maior do mundo. Com 19 dias de festa, o evento foi suspenso em razão das chuvas volumosas. A prefeitura da cidade decretou situação de emergência.
A administração destacou que irá estender o calendário do evento, que agora vai terminar em 29 de outubro, uma semana após o cronograma inicial. Antes das chuvas fortes, a expectativa da prefeitura era de mais de 600 mil pessoas visitando a festa.
Perguntado sobre o impacto de visitantes no evento de São Paulo após a suspensão da festa em Blumenau, Cavalheiro explica que tem o dever de se preocupar:
Gostaria de ser solidário a cidade de Blumenau que está enfrentando uma previsão de muita chuva. Em primeiro lugar, força. A festa de lá, inclusive, nasceu mediante uma enchente — e a população, para superar essa adversidade, fez a Oktoberfest. A gente aqui, não espera o impacto de visitantes que iriam para lá. Eles sempre foram muito gentis conosco e apoiaram nossa iniciativa. Esperamos, apenas, que dê tudo certo.
Apesar disso, no evento, foi possível encontrar pessoas que tinham se organizado para viajar à Santa Catarina, e acabaram adiando a viagem devido à suspensão do evento e decidiram aproveitar a festa de São Paulo, de traje e tudo, como a tradição manda.
Qual a maior diferença entre a Oktoberfest da Alemanha e do Brasil?
Philipp Schiemer, 59 anos, é alemão e foi presidente da Mercedes Benz no Brasil por sete anos. Atualmente, ele é diretor da marca e atua na Alemanha. No entanto, após mais de vinte anos morando em São Paulo, ele não só se familiarizou com a cultura, como também se tornou embaixador vitalício da São Paulo Oktoberfest.
Ele explica que vem especialmente ao país para curtir a festa desde a primeira edição. “É uma questão de honra participar desse evento que tenho a maior paixão”, diz. Schiemer conta que sempre acreditou que o Brasil combinava muito com a festa tradicional de seu país e que vê-la crescer em outras regiões é muito satisfatório.
O executivo ainda surpreende, e diz que, no fundo, não acha muita diferença entre as festas no Brasil e na Alemanha. “Onde nasci, as festas são conhecidas e passadas de geração em geração e aqui está só começando. Mas quando falamos de diversão, cerveja e gastronomia, é tudo muito legal”, avalia.
Entretanto, para Kaique Pontes, 28 anos, diretor de vendas e dançarino do grupo de dança típica Tanzfreunde, do Colégio Benjamin Constant, existe uma diferença cultural entre as festas nos dois países. Ele explica que fez apresentações em diversos lugares da Europa com o grupo e o sudeste, especialmente, peca com tradição.
“No sul, só toca música alemã, a galera leva o traje muito a sério, ele inclusive é passado de pai para filho”, diz. Apesar disso, ele alerta, que não é só porque é uma dança típica alemã, que no país nativo, as pessoas são encontradas dançando de trajes típicos em qualquer lugar. Existem datas e eventos para a prática do costume.
Pontes está há 9 anos no grupo de dança, e acredita que com o passar do tempo, as tradições ficam mais fortes. “Cultura é atemporal. Apesar de serem danças típicas bem antigas, a gente revive muitos momentos e representa pessoas que viveram aqui. Eu não tenho família com descendentes alemães, mas eu me apaixonei por essa cultura e amo representá-la”, conta.
São Paulo Oktoberfest
Endereço: Ginásio do Ibirapuera. Rua Manoel da Nóbrega, 1361, Paraíso
Dias e Horários: Qui. (12) e dom. (8, 15 e 22), 14h/23h. Sex. (6, 13 e 20), 18h/2h. Sáb. (7, 14 e 21), 15h/1h.
Valores: R$ 126,00 a R$ 528,00.
https://saopaulooktoberfest.com.br/