O espetáculo “O Deus de Spinoza”, em cartaz no Teatro Itália Bandeirantes, em São Paulo, promove uma série de reflexões a partir da história real do filósofo Baruch Espinosa. No elenco, estão os atores Bruno Perillo e Juliano Dip, que é também jornalista da Band, realizando o podcast Toda Gente e também reportagens na BandNews e no Jornal da Band. Ele afirma que o público se surpreende ao vê-lo no teatro, mas também reage com naturalidade.
“Eu acho que algumas pessoas reconhecem e fazem a ligação, mas acho que não há estranhamento. Quem me acompanha sabe. Tem gente que não sabe e fica surpreso, fica sabendo agora. O Teatro Itália Bandeirantes tem um público dele e tem o público do Spinoza, que estudou esse assunto ou quer estudar. É um público muito parecido com aquele que assiste ao jornalismo. Eu recebi muitas mensagens de gente falando que ia me assistir, o que não vi em outras peças minhas”, contou ele em entrevista ao programa Antenados, comandado por Danilo Gobatto na Rádio Bandeirantes.
“Sou mais conhecido mais como jornalista do que ator, porque o jornalismo é um trabalho nacional. A TV tem um alcance que o teatro infelizmente não tem”, complementou ele.
“O Deus de Spinoza” se passa em Amsterdã, no ano 1677. Baruch de Spinoza (Bruno Perillo) causa controvérsia por causa de seu pensamento em relação à Torá, as escrituras sagradas do judaísmo, e passa pelo Herem, equivalente a excomunhão. Ele encontra apoio no amigo Jan Rieuwertsz (Juliano Dip), a quem conta os detalhes de sua história, e assim a narrativa se desenrola.
“Ele [Spinoza] dizia que a Torá deveria ser lida como uma alegoria, uma metáfora. Você tinha que ler aquilo não achando uma bobagem, mas fazendo uma interpretação. Ele simplesmente pegava o que estava lá e falava que as escrituras não foram feitas por Deus, mas por homens. O homem inventou esses mitos para dar conta da existência humana. Tem uma hora que ele fala: ‘O ser humano cria um Deus por medo do desconhecido’”, definiu Perillo.
Muitas das questões levantadas por Spinoza, segundos os atores, são bastante atuais.
“O que é muito atual no pensamento do Spinoza é a questão da liberdade de expressão. Ele coloca que a liberdade de expressão tem que respeitar o direito do outro, as leis existem para segurar essa carnificina que viraria a sociedade se todo mundo quisesse colocar sua liberdade de expressão em prática”, relatou Perillo.
Serviço
“O Deus de Spinoza”
De 8 a 30 de abril
Sábados às 21h, Domingos às 20h
Teatro Itália Bandeirantes - Avenida Ipiranga, 344
Ingressos: Clique aqui