O nome de Fernando Mais, que atuou nos filmes da Turma da Mônica, ficou em alta nas redes sociais após ele dizer estar enfrentando dificuldades para conseguir trabalho desde que teve um fetiche escatológico, ou seja, com fezes, exposto. Após pedir ajuda financeira, ele ganhou dinheiro de Gil do Vigor e Felipe Neto. 

Entenda a polêmica

Em julho de 2023, Fernando foi descoberto quando assumiu ser dono de uma página fetichista do X, antigo Twitter, onde usava o pseudônimo Gustavo Scat. Muitas pessoas o criticaram, dizendo que sua postura não condizia com a de um ator de filme infantil, visto que ele atuou em Turma da Mônica.

Após a repercussão negativa, ele pediu para que sua carreira como ator não fosse relacionada às preferências sexuais.

A página, que já foi retirada do ar, continha vídeos explícitos de pessoas sentido prazer sexual com necessidades fisiológicas (fezes, urinas e peidos) e chocou nomes como o do influenciador Felipe Neto.

“Eu não quero mais viver, juro por Deus! Se não entendeu, não busque entender. Você ainda tem motivos pra viver”, escreveu o famoso.

Algum tempo depois, Neto se retratou: "Na hora do choque, a gente twitta impulsivamente e não pensa no que pode causar. E o fetiche dele, por mais que para a gente possa ser repugnante, não tem nada de ilegal", escreveu em outro post.

“'Gustavo' não é o nome dele. Os fãs da 'Turma da Mônica' jamais chegariam no perfil. Mas alguém descobriu e divulgou. E eu contribuí. Pedi desculpas a ele, que aceitou. Me coloquei à disposição para ajudá-lo, desde que não fosse mandando foto ou vídeo (desculpa de novo)”, completou.

Um ano após a polêmica, o ator compartilhou um desabafo nas redes sociais. "Preciso muito de ajuda. Estou há um ano nessa situação de Gustavo Scat. Sozinho. Não tenho advogado, não tenho assessora. Eu estava contratado numa agência de atores que me demitiu. Estou desempregado há seis meses", disse.

“Recebi muita promessa de ajuda, de gente famosa falando que ia me ajudar... Minha mãe tá me ajudando com dinheiro. Eu não estou pobre, não estou passando fome, mas é desesperador você receber hate [ódio] todos os dias e não conseguir mais trabalhar com uma carreira que construí a minha vida”, afirma.

Mesada do Felipe Neto 

Ainda na publicação, o homem pediu ajuda de Felipe Neto, que havia oferecido apoio ao ator no ano anterior. No dia seguinte, o youtuber respondeu. 

"Eu realmente não tenho um emprego para oferecer agora. Você não merece passar por nada disso. É um ódio e um horror totalmente desproporcional. Vou te mandar R$3.000,00 por mês, durante 1 ano, para que você possa usar como base e se reerguer. Você vai vencer isso", disse.

O influenciador também se colocou à disposição para auxiliar o ator a "processar quem precisa ser processado".

Gil do Vigor também se comoveu. “Ele me doou 7 mil reais", afirmou, em outro post. "Ele me disse que sou iluminado e que minha sexualidade depende só de mim mesmo. Fiquei muito feliz em receber o apoio de alguém que admiro tanto”, disse Scat.

Quem é Gustavo Scat?

Gustavo Scat é Fernando Mais, um ator paulistano de 30 anos. Ele é mais conhecido por interpretar o personagem Zecão nos filmes "Turma da Mônica: Laços" (2019) e "Turma da Mônica: Lições" (2021), duas adaptações cinematográficas de grande sucesso baseadas nos icônicos quadrinhos criados por Maurício de Sousa.

Em 2010, ele emprestou sua voz para séries do Canal E! Em 2014, participou da série "Que Talento!". No ano de 2022, ele participou da série "Rota 66: A Polícia que Mata", um drama policial inspirado na obra de Caco Barcelos. 

No ano seguinte, 2023, ele integrou o elenco de "Empirion: Uma Aventura com Einstein". Além disso, fez parte de comerciais de inúmeras marcas. 

Scat possui atualmente mais de 29 mil seguidores no Instagram, onde compartilha momentos de sua carreira e vida pessoal, e 11,4 mil seguidores no X (antigo Twitter). 

Autor de livro polêmico

Além de sua carreira na atuação, Gustavo também é autor do livro "Quero Scat", uma obra que aborda a prática sexual envolvendo fezes, urina e flatulência.

Com 550 páginas, o guia contém entrevistas e relatos detalhados sobre esse fetiche, buscando desmistificar e trazer à luz uma prática ainda muito tabu.

"O livro é dedicado àqueles que possuem o fetiche, simpatizantes, curiosos e fetichistas de ‘mente aberta’ para outras possibilidades", descreve a obra. 

Gustavo revelou que descobriu seus desejos escatológicos aos 23 anos, e desde então tem buscado formas de expressar e compartilhar suas experiências de maneira aberta e sem preconceitos. 

O livro já entrou na lista de mais vendidos do Brasil na categoria “ficção erótica”.