A influenciadora Barbarhat Sueyassu compartilhou nesta quinta-feira (09) nas redes sociais informações sobre o vitiligo universal, condição que ela tem e também afetou o cantor Michael Jackson.
"Não sou uma pessoa branca. Eu tenho uma condição autoimune desde os meus 4 anos de idade, chamada vitiligo universal, que foi se expandindo ao longo dos anos", afirma ela no vídeo postado exibindo fotos suas da infância e adolescência que mostram sua cor natural.
Além disso, Barbarhat explicou porque se identifica como uma pessoa negra, apesar de parecer branca por conta da condição.
“O vitiligo não anula a identidade racial na qual alguém se identifica e se declara. É condição de pele autoimune de caráter incontrolável e não retira sua ascendência e ancestralidade, muito menos os seus traços", escreveu ela.
A influenciadora acrescentou que entende o motivo pelo qual é vista socialmente como mulher branca. "A sociedade não tem bola de cristal e não sabe toda a história de vida que eu tenho".
Modelo e influenciadora
Barbarhat Sueyassu possui mais de 100 mil seguidores no Instagram e aborda pautas sobre positividade da pele, celebrando a beleza real da epiderme de cada um, com suas marcas, manchas e cicatrizes.
O vitiligo universal apareceu na vida de Barbarhat aos quatro anos de idade. É uma condição autoimune rara: apenas 0,5% da população mundial desenvolve esse tipo que envolve de 80% até 100% do corpo. As diferenças na pele da influencidadora ficaram mais visíveis aos dez anos, época em que também acabou sofrendo bullying na escola.
“De um ano para o outro, comecei a receber diversos apelidos. Foi como sair da infância e entrar em um pesadelo”, disse ela em uma entrevista.
A mãe de Barbarhat afirmou que pedia com constância aos diretores da escola que tomassem alguma providência, mas sem êxito. “A resposta sempre foi a mesma: que era só uma brincadeirinha, para a gente relevar. Se até hoje educadores não sabem lidar com o bullying, naquela época era ainda pior”, concluiu.
A modelo tentou fazer tratamentos para a condição, mas não obteve sucesso. Então, aos 15 anos decidiu aceitar o vitiligo universal.
O que é vitiligo?
- Vitiligo é uma condição caracterizada pela perda de pigmentação da pele devido à destruição dos melanócitos, que são células responsáveis pela formação da melanina, que dá cor à pele.
- Devido à essa perda de pigmentação, a pessoa tem manchas espalhadas pelo corpo com tamanhos variados.
- Há também o vitiligo de mucosas, que aparece somente em lábios e na região genital.
- Não existem ainda causas totalmente entendidas, mas há fatores que podem desencadear ou piorar o vitiligo, como exposição solar e química, alterações autoimunes, condições emocionais de estresse e traumas psicológicos.
Tipos de vitiligo
- Focal: apresenta poucas manchas pequenas em uma área específica;
- Mucosal: ocorre somente nas mucosas; segmentar, que distribui as manchas unilateralmente;
- Acrofacial: se localiza nos dedos e ao redor da boca, olhos, ânus e genitais;
- Comum: atinge o tórax, abdômen, pernas, nádegas, braços, pescoço, axilas, além das áreas afetadas pela acrofacial;
- Universal: igual ao da influenciadora Barbarhat Sueyassu e do cantor Michael Jackson, em que as manchas se espalham de 80% a 100% do corpo.
Sintomas
- O principal sintoma é manchas despigmentadas na pele. Alguns pacientes também relatam dor e sensibilidade na área afetada.
Tratamento
- O diagnóstico é clínico, feito por meio de uma biópsia cutânea. Em pacientes de pele branca, a detecção da doença é auxiliada pelo exame com um instrumento chamado lâmpada de Wood.
- Os tratamentos convencionais são a base de cremes de corticóides, loções e fototerapia (exposição à radiação ultravioleta com ou sem o uso de substâncias fotossensibilizantes).
- Outros medicamentos tópicos são usados, como os derivados de vitamina D e imunossupressores, que induzem à repigmentação das regiões afetadas.
- Quase todas as formas de vitiligo podem ser tratadas com fototerapia de radiação ultravioleta, principalmente em manchas do rosto e do tronco.
- Há tratamento por enxerto de pele e transplante de melanócitos. O médico cirurgião remove pequenas partes da pele com a pigmentação original e coloca sobre as partes do corpo que já perderam a cor.