Fã é presa após sair de clínica psiquiátrica por perseguir Débora Falabella

Segundo colunista, a mulher, que é portadora de distúrbios psíquicos, chegou a viajar pelo país para tentar se aproximar da atriz

Da Redação

Debora Falabella
Reprodução/ Instagram @deborafalabellaoficial

Uma fã da atriz Débora Falabella foi presa pela polícia de Pernambuco no dia 29 de fevereiro, acusada de perseguir a artista por quase 10 anos. A atriz, conhecida por seu trabalho na novela "Terra e Paixão", da TV Globo, registrou um boletim de ocorrência em junho de 2022, denunciando o comportamento obsessivo da fã.

Segundo informações do colunista Rogério Gentile, do UOL, a mulher, cuja identidade não foi revelada, estava internada em uma clínica psiquiátrica. Gentile ainda relata que a fã chegou a viajar pelo país para acompanhar as peças teatrais de Débora, na tentativa de se aproximar da atriz.

O advogado da fã, Luciano Cavalcanti, alegou à Justiça que sua cliente é “portadora de distúrbios de origem psíquica, tendo começado a ter crises em 2013, sendo inclusive aposentada por invalidez pelo INSS". Cavalcanti também argumentou que a prisão é ilegal e pode prejudicar a recuperação da mulher, descrevendo a medida como "desumana".

O pedido de prisão foi emitido após a fã voltar a procurar a atriz por telefone e mensagens de texto. Stalkear ou tentar acesso a alguém obcecadamente se tornou crime há 3 anos, através da lei 14.132/2021.

A Justiça determinou que um exame psicológico fosse realizado, mas a mulher não apresentou nenhum resultado, o que resultou em sua transferência para uma penitenciária comum em Recife.

O boletim de ocorrência apresentado pelo jornalista relata o desconforto da atriz diante da perseguição:  

“Há muitos anos a fã a persegue, enviando cartas com conteúdo estranho e, ultimamente, a perturba em seu local de trabalho, qual seja, teatro e afins, sempre com escândalos e tentando aproximação a todo custo”, disse a atriz, que ainda alegou temer pela integridade psicológica e física, bem como de seus familiares e amigos.

O que é stalking?

Com o acesso cada vez mais fácil à internet, manter a privacidade e a segurança tem sido difícil para anônimos, imagine para famosos! Nesse cenário, o stalking está cada vez mais presente. Esse ato de perseguir alguém, de forma persistente e incessante, ocorre geralmente quando um indivíduo cria uma obsessão por outro e passa a persegui-lo virtual ou presencialmente.

Centenas de mensagens ou ligações de uma mesma pessoa. Comentários invasivos em redes sociais e até perfis falsos — esses são apenas alguns sinais de uma série de situações que podem indicar que alguém é vítima de stalking. Além disso, esse comportamento está geralmente associado a outros crimes, como ameaça, extorsão ou violência psicológica — todas situações que amedrontam a vítima e podem cercear sua liberdade.

A prática, não é novidade, mas só virou crime no Brasil em 2021. A pena é reclusão de 6 meses a 2 anos mais multa a ser fixada pelo juiz. E se o delito for cometido contra criança, adolescente, idoso, mulheres ou executado por duas, ou mais pessoas, a pena pode aumentar.

O autor da perseguição pode ser conhecido da vítima, como um parceiro, ex-companheiro, colega de trabalho ou vizinho. No entanto, também pode ser um desconhecido, e justamente por isso, todo cuidado é pouco. 

Todo cuidado é pouco!

Redes Sociais (Reprodução)
  • Deixe para publicar fotos na internet só quando sair do lugar, porque esse tipo de informação pode te colocar em perigo. O ato pode parecer simples, mas fornece dados sobre horários, amigos, familiares, preferências e assim por diante. Se necessário, tranque sua conta;
  • Colete todas as provas. Guarde prints de mensagens, e-mails, grave ligações e apresente à polícia. Não deixe de denunciar;
  • Avise conhecidos, para que todos saibam o que está havendo e para que você não se sinta sozinho nessa situação;
  • Se a perseguição ocorrer no ambiente digital, bloquei o Stalker, faça prints e guarde links como prova, para validar o que coletou faça uma ata notarial no cartório mais próximo.
     

Medo e incerteza

Um estudo português afirma que 1 em cada 4 mulheres (25%) e mais de 1 em cada 5 homens (13,3%) foram alvo de stalking em algum momento da sua vida. O mesmo estudo indica que ser alvo de stalking é tipicamente uma experiência geradora de medo com implicações sobretudo ao nível da saúde psicológica e do estilo de vida.

As vítimas de perseguição convivem com o medo, e por isso podem alterar sua rotina, mudar de emprego, restringir atividades sociais para se proteger da perseguição indesejada, da agressão física ou até mesmo de coisa pior. As vítimas podem desenvolver ansiedade, depressão, pânico ou transtorno de estresse pós-traumático.

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