Conhecida internacionalmente como Anitta, a artista brasileira mais famosa do mundo na atualidade, Larissa de Macedo Machado, precisou trilhar um caminho árduo e resiliente. Desde seu início em 2010, a cantora foi consolidada como uma das maiores do Brasil, recebeu inúmeros prêmios e agora trilha a carreira internacional.
Contudo, apesar de tamanho sucesso e um talento inegável, 2024 se destacou como um ano de menor interesse pela artista no Brasil. As razões por trás desse fenômeno envolvem decisões extremamente conscientes da artista.
“Maior estrela do Brasil”
Anitta se tornou a “maior estrela emergente do Brasil” na memória recente, misturando gêneros musicais e conquistando uma base de fãs leal. Seu sucesso não veio fácil; ela aprendeu os meandros da indústria da música e consolidou-se no mercado nacional antes de mirar no internacional.
Contudo, em vez de focar diretamente no mercado norte-americano, ela começou pelos países vizinhos da América Latina, cantando em espanhol.
Após inúmeros hits na língua latina, foi com "Envolver", do álbum "Versions of Me" (2022), que a poderosa atingiu um novo patamar internacional. A canção viralizou no TikTok e alcançou o topo do Spotify global, consolidando sua presença em programas de TV nos Estados Unidos e Europa.
O preço da internacionalização
Entretanto, essa transição teve um custo. Passando cada vez mais tempo fora do Brasil, a cantora precisou recusar acordos de marcas importantes e oportunidades de turnê que poderiam manter sua popularidade em alta em seu país natal.
De 2013 a 2017, Anitta fazia mais de 100 shows por ano no Brasil; em 2019, com sua turnê mundial "Kisses", esse número caiu drasticamente.
Em várias entrevistas, a artista tem enfatizado sua mudança de prioridades. Ela afirmou à revista Quem que valoriza mais a qualidade de suas produções atuais do que a quantidade de visualizações ou números de vendas. "Se antes um trabalho alcançasse 200 milhões e agora for 10 milhões, está tudo bem. Fico mais feliz", disse ela, que também já reforçou que agora, só faz o que tiver vontade.
No entanto, esse redirecionamento de foco afetou sua popularidade no Brasil. O mercado musical brasileiro, está entre os maiores do mundo e continua crescendo significativamente. Mesmo assim, o consumo de música no país é predominantemente nacional, o que significa que a ausência de Anitta no cenário local reduziu seu impacto direto.
Em entrevista à Billboard, Cris Falcão, diretora-geral do Ingrooves no Brasil, disse: "A gente vê muitas artistas brasileiras grandes hoje que não conseguem alcançar o feito da Anitta porque elas se prendem muito com o Brasil". Isso destaca o fato de que, embora Anitta tenha alcançado sucesso internacional inigualável, a estratégia envolveu sacrificar parte de sua presença doméstica”.
Conforme dados do Google Trends, a busca por Anitta no Brasil em 2024, mesmo com o sucesso do álbum recém-lançado, “Funk Generation”, são um terço dos picos dos outros anteriores. A queda começa a partir do meio do ano de 2023 e se mantém até maio deste ano.
Ainda conforme os dados, o maior pico de buscas pela cantora brasileira foi, de fato, em 2022, após o sucesso "Envolver" viralizar nas redes sociais.
A cantora mora em Miami, nos Estados Unidos, desde 2021, quando decidiu se dedicar completamente ao novo mercado, e desde então é figura frequente nos palcos e tapetes vermelhos de importantes premiações internacionais, eventos de moda e outros momentos de destaque.
"Funk Generation Tour"
Anitta está viajando pelos Estados Unidos, América Latina e Europa com sua primeira turnê internacional da carreira. A ideia é levar o baile funk para o mundo. E além de seus grandes sucessos, a famosa traz suas músicas recém-lançadas - funks de baile, mas cantados como nunca visto antes, em inglês e espanhol.
"Prepare-se para sentir o funk brasileiro como nunca antes", destacou a cantora ao compartilhar o poster do show e as 21 primeiras datas. A turnê começou na Cidade do México, no dia 18 de maio, e está anunciada até o dia 8 de julho, em Ibiza, na Espanha. Ela ainda passará pela Argentina, Canadá, Peru, Chile, Alemanha, França, Londres, Itália e Holanda.
