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O que é pum vaginal? Faça como Bela Gil e naturalize o fenômeno

Conversamos com um ginecologista para entender esses sinais naturais para muitas mulheres

Da Redação

O que é pum vaginal? Faça como Bela Gil e naturalize o fenômeno
Reprodução / Instagram @belagil

Recentemente, Bela Gil chamou atenção ao falar de "pum vaginal". Isso porque, enquanto a chef falava sobre a importância de naturalizar o ato, as outras apresentadoras do programa do GNT fizeram expressões confusas, como se não soubesse do que se trata.

A atitude chamou atenção nas redes sociais, porque, apesar de muitas mulheres acharem “constrangedor”, o barulho que saí da vagina é mais comum do que parece. 

Também conhecido como flato vaginal, o pum vaginal é a saída de ar da vagina, que muitas vezes pode fazer barulho e soar como um pum. Conversamos com o ginecologista, Alexandre Silva e Silva para entender melhor o “fenômeno”. 

O que é pum vaginal?

Apesar Astrid Fontenelle, Gabriela Prioli, Larissa Luz e Angélica desconhecerem o termo, o pum vaginal, também é conhecido como flatulência vaginal ou queef - o que se refere à liberação de ar dos órgãos genitais femininos. 

Não é um "pum" no sentido tradicional, pois não envolve a expulsão de gases intestinais e não tem odor. Ao contrário dos gases liberados pelo ânus, o pum vaginal é simplesmente o ar aprisionado na vagina.

Conforme o especialista, esse fenômeno pode ocorrer em várias situações, como durante ou após a relação sexual, exercícios físicos, ou mesmo ao mudar de posição rapidamente. Durante o sexo, por exemplo, o movimento pode fazer com que o ar seja empurrado para dentro da vagina, e a mudança de posições ou a pressão exercida pode forçar esse ar a sair, criando um som que pode ser semelhante ao de um pum.

Do ponto de vista fisiológico, a vagina é uma cavidade que pode se expandir e contrair, e quando o ar é introduzido nesse espaço e depois é expelido, pode produzir um som. É um processo completamente natural e normal, não indicando problemas de saúde ou higiene. Muitas mulheres podem se sentir constrangidas quando isso acontece, mas é importante entender que é um fenômeno do corpo feminino, explica. 

O pum vaginal é normal?

Sim, o pum vaginal é completamente normal e ocorre com muitas mulheres em algum momento de suas vidas. 

Não existe um "limite" entre o barulho comum ou incomum nesse contexto. O médico diz que a ocorrência e o volume podem variar bastante de uma situação para outra. “Fatores como a intensidade da atividade física, a posição do corpo, e a quantidade de ar que entra na vagina podem influenciar o som produzido”, esclarece. 

No entanto, se a experiência de pum vaginal for acompanhada por sintomas incomuns para a pessoa, como dor, desconforto significativo, odor fétido, ou qualquer alteração na saúde vaginal, é aconselhável consultar um profissional de saúde. 

Isso porque, esses sintomas podem não estar relacionados ao fenômeno do pum vaginal em si, mas podem indicar outras condições de saúde que requerem atenção. Ou seja, estar atento à saúde geral e a quaisquer outros sintomas pode ajudar a garantir o bem-estar e identificar quando é necessário buscar orientação médica.

Como evitar o pum vaginal?

Embora o pum vaginal seja um fenômeno natural e geralmente inofensivo, existem algumas estratégias que podem auxiliar a reduzi-lo ou evitar sua ocorrência em situações específicas, especialmente durante a atividade sexual, que é quando ele ocorre mais frequentemente. Veja abaixo algumas dicas do ginecologista:

  • Mude as posições durante a relação sexual: algumas posições sexuais permitem que mais ar entre na vagina. Experimentar diferentes disposições pode ajudar a identificar aquelas que tendem a causar menos entrada de ar;
  • Evite movimentos rápidos e repetitivos: movimentos que rapidamente empurram o ar para dentro e para fora da vagina podem aumentar a chance de ocorrerem puns vaginais;
  • Exercícios de fortalecimento pélvico: praticar exercícios que fortalecem os músculos do assoalho pélvico, pode ajudar a controlar melhor a musculatura ao redor da vagina, reduzindo potencialmente a ocorrência de puns vaginais;
  • Respire de maneira controlada: durante a atividade sexual, prestar atenção à respiração e tentar manter um ritmo calmo e controlado pode ajudar a reduzir a quantidade de ar empurrada para dentro da vagina. 

É importante lembrar que, embora essas estratégias ajudem a reduzir a ocorrência de puns vaginais, elas não garantem a prevenção completa. Além disso, é essencial manter uma abordagem saudável e sem estresse em relação a esse fenômeno, reconhecendo-o como uma parte normal da fisiologia feminina. 

“Se a preocupação com os puns vaginais estiver afetando significativamente a autoestima ou a vida sexual, pode ser útil discutir esses sentimentos com um profissional de saúde ou um terapeuta especializado em sexualidade”, orienta o especialista. 

Queef, pum ou flatulência vaginal não deve ser tabu

O tabu em torno do pum vaginal, assim como muitos outros aspectos da saúde e da sexualidade feminina, pode ser atribuído a várias razões culturais, sociais e educacionais. Entre os motivos que contribuem para isso é a falta de educação sexual. 

Muitas pessoas crescem sem receber uma orientação abrangente que inclua discussões francas sobre a anatomia e a fisiologia femininas. Sem o conhecimento adequado, fenômenos naturais como o pum vaginal podem ser mal compreendidos ou envoltos em mistério e vergonha.

Além disso, estereótipos e expectativas de gênero, constrangimento e outros tabus em torno da sexualidade feminina, provocam a ausência de discussões abertas sobre o tema. “Combater esses tabus envolve promover a educação sexual, encorajar conversas abertas e honestas sobre a saúde e a sexualidade femininas, e trabalhar para mudar as narrativas culturais que perpetuam a vergonha é crucial para desmistificar esses aspectos do corpo feminino", conclui Alexandre. 

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